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O texto abaixo contém dois Erramos, clique aqui e aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.

Juca na Copa

Limite da psicologia

Regina Brandão é excelente psicóloga, mas não é Jesus Cristo ou Telê Santana, não é milagreira

EM 1958 a seleção brasileira já usava a psicologia para tentar ganhar uma Copa do Mundo.

Ficou famoso o dr. João Carvalhaes, psicólogo da CMTC (Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos) paulistana, contratado para acompanhar os jogadores e aplicar neles o famoso teste de Rorschach, aquele que é chamado de "teste do borrão de tinta" ou "das manchas".

Pois bem. Não só Pelé foi reprovado como Mané Garrincha tangenciou a debilidade mental. Nenhum deles seria contratado para ser motorista dos ônibus da CMTC, e principalmente o ponta-direita não era visto como alguém em condições de disputar uma Copa do Mundo. Mané teria descrito uma das manchas como "a cabeçona do doutor Paulo", o chefe da delegação nacional, Paulo Machado de Carvalho. Noutro teste, o de Quociente de Inteligência, Garrincha voltou a ir mal, ao desenhar um homem pequeno com um cabeção. Questionado sobre o desenho, disse que era "o Quarentinha, meu companheiro no Botafogo".

Para piorar, no penúltimo amistoso antes de o time chegar à Suécia, em Florença, contra a Fiorentina, Mané demorou para fazer um gol e temeu-se que ele, como já fizera e explicara que fizera no Botafogo, "estava apenas esperando que o goleiro abrisse as pernas". Resultado: foi barrado no amistoso seguinte contra a Inter de Milão e também da estreia da Copa, contra a Áustria, substituído por Joel, do Flamengo.

Ao entrar no segundo jogo, contra o "futebol científico" da União Soviética, protagonizou, segundo a Fifa, os três minutos mais espetaculares da história das Copas.

Para alívio do treinador de então, Vicente Feola, que dizia que Garrincha "pensava com os pés".

O episódio é aqui relembrado apenas para frisar os limites do trabalho da atual psicóloga da seleção, Regina Brandão. Ela não é milagreira nem pronto-socorro.


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