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Juca Kfouri

Vamos ao que não enche

Cansada da escuridão, a coluna abre uma exceção e imagina um dia luminoso, repleto de bons jogos

EM 1973, ditadura brava, Chico Buarque tentou cantar "Cálice" num show no Anhembi e todos os microfones do palco foram sendo desligados até que, resignado, ele concedeu: "Vamos ao que pode. Vamos ao que pode", e passou a cantar "Baioque", que unia baião e rock --e podia.

Repita-se mais ou menos a frase aqui, guardadas todas as proporções, a começar pela diferença entre os autores, e a continuar pela liberdade garantida neste espaço.

Até porque não vamos exatamente ao que pode, mas ao que encha menos a paciência da rara leitora e do raro leitor.

Examinar, por exemplo, o arremedo de calendário anunciado pela CBF seria abusar do direito de ser chato. Direito assegurado, não será o caso, pois o Bom Senso F. C. já o definiu com precisão: Marin 7, futebol brasileiro 1.

Melhor falar da volta de Robinho ao Santos, à Vila Belmiro.

Aos 30 anos, sem nunca ser o que se imaginava poderia ter sido, é inegável a atração despertada por ele no time e no Campeonato Brasileiro.

O Robinho de hoje está longe de ser aquele das sete pedaladas da decisão do Brasileirão de 2002, contra o Corinthians do então lateral direito Rogério.

Nem mesmo é o jogador que voltou ao Santos em 2010, como coadjuvante de Neymar, embora tenha sido útil nas conquistas de um estadual e de uma Copa Brasil que acabou resultando no título da Libertadores do ano seguinte. E é um camisa 7 ainda mais identificado com o Santos do que Dorval, da linha famosa com Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe.

Neste Brasileirão ainda mambembe, Minas tem o belo Cruzeiro e seu afinado conjunto, além do Galo estrelado à espera de bicar. Já o Rio tem o Fluminense bem armado e com talentos para todos os gostos.

No sul, Felipão chegou ao Grêmio para dar ou descer e o Inter um dia será tetra, quem sabe ainda nesta temporada, porque tem elenco para isso.

Está faltando ver os times paulistas com atrações para mostrar.

Se, no São Paulo, Rogério Ceni hoje mais preocupa que atrai, Alexandre Pato, Paulo Henrique Ganso e Kaká podem ser a alegria que anda faltando.

Se, no centenário Palmeiras a ambição parece reduzida à permanência na primeira divisão, no Corinthians há a expectativa de uma hora alguém desatar seus nós para o time poder fluir.

Restava o Santos e seus garotos padecendo do aparente equívoco chamado Leandro Damião, agora com Robinho para comandá-los e até, tomara, fazer o centroavante voltar aos bons tempos.

Então, a coluna olha para a Santos de Robinho e vê o mais antigo clássico paulista em ação. Olha para o Morumbi hoje de Kaká e o imagina triangulando alegremente com Pato e Ganso.

A coluna, que começou com Chico, termina com João Gilberto e com a esperança de que o Palmeiras surpreenda o Galo.


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