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Herdeiro de ídolo, Deola encara rusga com organizada

A primeira tarefa do Palmeiras sem Marcos não é simples. O herdeiro do camisa 12 carregará nas costas o peso de substituir o maior ídolo da história recente do clube.

Deola, 28, é dez anos mais novo que Marcos, disputou apenas 79 jogos pelo time, contra 530 do pentacampeão, mas já experimentou sensações desagradáveis na meta.

Praticamente incontestável pelo técnico, com atuações firmes e nenhuma falha gritante na temporada passada, Deola terá de superar uma briga que ele não comprou.

Na reta final do Brasileiro de 2010, o Palmeiras, já eliminado, enfrentou o Fluminense, que concorria com o Corinthians pelo título.

O Palmeiras saiu na frente; os torcedores, a maioria da organizada Mancha Alviverde, não se conformavam em ver seu time entregar de bandeja a taça para o rival.

A indignação caiu em cima de Deola, que a cada defesa passou a ser hostilizado por sua própria torcida. Então foi alvo de objetos atirados pelos palmeirenses. Não demorou, ele levou o gol de empate e o da virada. A facção, porém, não se esqueceu.

Anteontem, por exemplo, durante protesto em frente ao CT, Deola foi o primeiro jogador do elenco a ser ofendido pela torcida organizada.

Mas, nas redes sociais, o goleiro, que carrega o mesmo jeito simples de seu antecessor, é visto com bons olhos. A maior parte dos torcedores confia a ele a tarefa de defender o gol alviverde.

"Ser o sucessor de Marcos? Estou tentando. As coisas estão acontecendo, e cada vez mais este momento fica mais próximo. Quero criar uma identificação com o Palmeiras", disse Deola, em entrevista em abril de 2011.

E o principal padrinho dele é o próprio Marcos.

"Chega um momento em que você percebe que tem alguém melhor do que você. Eu estava lá todos os dias e via o quanto o Deola estava voando. Não fazia sentido entrar em campo baleado com o Deola pegando tudo", declarou o ex-camisa 12.

A julgar pela tradição palmeirense em formar goleiros, a meta alviverde estará em boas mãos. (LR)