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Juca Kfouri

Segue o fiasco paulista

O futebol de São Paulo começa a correr o risco de não ter um representante na Copa Libertadores

ENQUANTO o Palmeiras luta para não cair e ao Santos resta tentar uma vaga na Libertadores via Copa do Brasil, São Paulo e Corinthians despencaram no Brasileirão.

Verdade que o Tricolor ainda está em terceiro lugar e o Alvinegro também tem a Copa do Brasil para salvá-lo, mas as perspectivas não são otimistas.

Porque o novo velho presidente do São Paulo criou uma crise quando o time vivia sua melhor fase no torneio. Resultado: ganhou apenas um dos 12 últimos pontos que disputou e ainda perdeu momentaneamente seu técnico, por estresse.

A derrota para o Fluminense no sábado, no Morumbi, por categóricos 3 a 1, foi daquelas de não deixar dúvida sobre a queda de rendimento até de seu quarteto, enfim derrotado em sua nona participação no campeonato.

Difícil definir a influência da cisão que culminou com a demissão do carismático Juvenal Juvêncio por Carlos Miguel Aidar, mas quem conhece os bastidores do Morumbi sabe que nem Muricy Ramalho, que baixou hospital, nem Rogério Ceni e nem Kaká gostaram do episódio.

O Corinthians não vive uma crise política declarada, apenas sugerida no racha entre os grupos do ex-presidente Andrés Sanches e o do atual, Mário Gobbi, mas a crise técnica ficou novamente evidenciada na derrota para o Furacão, por 1 a 0, quando o time mostrou ser capaz ficar com a bola pelo tempo que quis, embora incapaz de saber o que fazer com ela.

Os erros de passe, o mau momento de Elias, a ruindade de Fagner colaboraram fortemente para o time terminar a rodada em sétimo lugar.

Esperar que elimine, a partir de depois de amanhã,o Galo da Copa do Brasil é daquelas crenças que só o torcedor de fé alimenta.

Neste particular, mais simples será, nas quartas de final da Copa, a tarefa do Santos, porque o Botafogo não parece ser rival à altura. Mas, e depois?

Se na atual temporada o antes poderoso futebol paulista viu a Libertadores pela televisão, nada impede que o vexame se repita para alegria da paulistana dupla Marin/Nero que, assim, imagina revelar sua imparcialidade -- do mesmo modo que João Havelange gostava de alardear a sua durante o tempo em que presidiu a Fifa sem que a seleção brasileira ganhasse uma Copa do Mundo, o que só aconteceu em 1994, quando o cartolão partiu para seu derradeiro mandato, numa gestão iniciada em 1974 até 1998.

O falecido Eduardo Farah também se orgulhava do fato de seu Guarani jamais ter sido campeão estadual durante os 15 anos em que esteve à frente da Federação Paulista de Futebol, entre 1988 e 2003.

Na verdade, títulos jamais os comoveram.

Exercer o poder, contratar patrocínios, construir sedes, reformar propriedades e fazer museus dão melhores resultados quando o futebol é só um meio de vida.


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