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Pequenos preferem promessa a badalado

PAULISTA Clubes do interior de SP apostam em jovens em busca de reconhecimento e, assim, economizam

LUIZ COSENZO
DE SÃO PAULO
RAFAEL VALENTE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Candidatos a ídolos ou mesmo considerados jogadas de marketing, os jogadores veteranos e badalados não aparecem mais tanto no interior de São Paulo.

Os times pequenos do Estado deixaram de contratar esse tipo de atleta para apostar em jovens promessas ou desconhecidos no Campeonato Paulista, que começou no último sábado.

"É uma atitude da nossa diretoria de trazer jogadores jovens que podem produzir e que ainda buscam algo na carreira", declarou o gerente de futebol do XV de Piracicaba, Valmir de Freitas.

O XV tem o meia-atacante Anailson, 31, ex-São Caetano e Atlético-GO, como o jogador mais conhecido de seu grupo. Na estreia, a equipe empatou com o time reserva do Santos por 1 a 1.

Presidido por Rivaldo, que vai jogar no futebol angolano, o Mogi Mirim é outro clube que vai apostar nos jovens. No ano passado, a equipe fez uma mescla e contou com alguns atletas mais famosos em seu elenco, como o meia Paulo Isidoro, ex-Palmeiras, e o atacante Denílson, que foi artilheiro do Mundial de Clubes pelo Pohang Steelers, da Coreia do Sul, em 2009.

"Temos jogadores que são pouco conhecidos, mas que buscam espaço no mercado brasileiro. São desconhecidos, mas com qualidade", disse o diretor Luiz Simplício.

O discurso também é repetido pelo Catanduvense.

"Passamos por uma experiência com medalhões que não deu certo. Estamos buscando jogadores que estão querendo crescer. Jogadores que tenham comprometimento e que queiram vestir a camisa", declarou o gerente de futebol Wagner Violin.

O time de Catanduva conta com o atacante Lúcio, 37, ex-Santos, Flamengo e Goiás, como seu medalhão.

No entanto, os clubes têm outro motivo para se preocuparem com os veteranos de renome: os altos salários. Neste ano, a Federação Paulista de Futebol decidiu punir os times que atrasarem os salários com a perda de pontos no torneio estadual.

"Temos a preocupação, mas estamos com os pés no chão. Investimos o que podemos", disse o presidente do Oeste, Mauro Guerra.

O time de Itápolis contratou os atacantes Val Baiano, ex-Flamengo, e Tadeu, que estava no Palmeiras, além do treinador Estevam Soares.

"Fizemos algumas parcerias para arcar com uma parte do salário dos jogadores."

Outro clube que trouxe atletas rodados é o Linense, que conta com o zagueiro Bruno Quadros (ex-Cruzeiro, Guarani, Flamengo e Botafogo), o volante Makelele (ex-Palmeiras), o meia Lenilson (ex-São Paulo), entre outros.

"Não sei por qual motivo os clubes estão investindo menos em jogadores medalhões. Acredito que esses clubes já veem com deficit de competições passadas", disse o gerente de futebol do Linense, Waldir Lins. "Estamos trabalhando com a receita que temos e ainda não antecipamos a cota do Paulistão", acrescentou o dirigente.

Os times pequenos receberam cada um R$ 1,92 milhão pelos direitos de transmissão do Estadual pela TV.

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