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Nuzman manobra para ficar até 2016

COB
Dirigente usa e-mail do COI a jornalista para negar pressão por sua saída e recebe apoio para 4ª reeleição

DE SÃO PAULO

O presidente do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), Carlos Arthur Nuzman, 69, conquistou o direito de pleitear ficar por mais quatro anos à frente da entidade.

O acordo foi costurado em reunião das confederações filiadas ao COB, na semana passada, no Rio, sobre Olimpíada e "assuntos gerais" -reeleição virou um deles.

Nuzman preside o comitê desde 1995, quando sucedeu André Richer, seu atual vice. Se deixar o cargo em 2016, ao final do quinto mandato, completará 21 anos no poder.

O brasileiro também é membro do COI (Comitê Olímpico Internacional) e presidente do Comitê Organizador dos Jogos do Rio-2016. É o primeiro dirigente a acumular tais atribuições na história.

No início deste ano, o blog de Juca Kfouri, colunista da Folha, relatou que o COI teria pressionado Nuzman a deixar o COB para presidir só o comitê organizador.

Para convencer os dirigentes a apoiar sua reeleição pela quarta vez, Nuzman teria usado como argumento uma carta do COI assegurando que ele poderia continuar exercendo todas as funções.

A Folha falou com seis presidentes de confederações. Uns dizem que Nuzman leu a carta, outros, que ele apenas disse ter o documento. Nenhum deles viu o conteúdo.

"Se ele disse que tem uma carta do COI garantindo sua candidatura, não precisa mostrar", disse Manoel Luiz Rodrigues, presidente da confederação de handebol.

Em nota, o COB afirmou que se tratava da cópia de um e-mail do COI enviado em resposta ao questionamento de uma jornalista brasileira: "Na mensagem, enviada diretamente à jornalista, o COI afirma 'ser inverídica' a informação de que a entidade faria objeções à permanência de Nuzman à frente do COB e do Rio-2016 simultaneamente".

Das 30 confederações filiadas ao COB, 24 concordaram com a reeleição. Segundo o comitê, esse era o número de presentes na reunião.

Segundo a nota do comitê, após a apresentação do e-mail, Ary Graça, presidente da confederação de vôlei, manifestou-se em favor da candidatura de Nuzman, que deve ser única de novo. Graça era visto por dirigentes descontentes com Nuzman como alternativa no COB.

O estatuto da entidade só permite a candidatura de quem obtiver apoio formal de dez entidades. Além disso, é preciso ter feito parte de uma chapa já eleita no comitê.

A eleição não tem data marcada, mas deve ocorrer após os Jogos de Londres (de 27 de julho a 12 de agosto).

"Não preciso concordar 100% com ele [Nuzman], mas é uma questão de reconhecimento a tudo que ele fez pelo esporte", disse João Tomasini, da confederação de canoagem, em discurso semelhante ao de seus pares.

Alaor Azevedo, do tênis de mesa, participou da reunião, mas afirma ter saído antes do momento em que foi pedido o apoio a Nuzman.

"Teoricamente, Nuzman não precisa do meu apoio, mas não o apoio 100% até ele ouvir minhas sugestões ao COB", declarou Alaor.

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