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Edgard Alves

Ócio em Brasília?

Uma melhora no ambiente do futebol já provocaria impacto no esporte olímpico

O deputado federal Romário (PSB-RJ) estranha o ócio em Brasília. Na condição de ex-jogador de futebol, ele deve ajustar o nó da gravata nesse seu primeiro mandato porque trabalho é o que não vai faltar já nas próximas terça e quarta-feira, com o encaminhamento decisivo da Lei Geral da Copa de 2014, que antecipa outra votação polêmica no segundo semestre, a da lei que vai regular a Olimpíada do Rio em 2016.

No caso da Copa, o principal conflito é a definição das situações em que o governo federal deverá bancar possíveis prejuízos da Fifa.

Mas o governo federal, a cartolagem e os políticos parecem distantes da discussão de uma política esportiva mais profunda. Pelo menos foi esse o tom do trabalho até o momento, voltado para questões menores, como a meia-entrada e a liberação de álcool nos estádios, entre outras.

É bom ressaltar que o Brasil tem cerca de 190 milhões de habitantes, e o Mundial, que dura um mês, oferece pouco mais de três milhões de ingressos para torcedores do mundo todo.

Ainda este ano, os políticos debaterão o ordenamento do projeto olímpico dos Jogos de 2016, com detalhes como a isenção tributária para a compra de equipamentos esportivos.

Por isso, os caminhos que a Lei Geral da Copa vai percorrer podem servir de referência à modernização dos esportes em geral no Brasil.

O cavalo passa selado na porta e nenhum dos protagonistas dessa discussão parece querer montá-lo.

Certamente, uma simples melhora no ambiente do futebol já provocaria impacto nas modalidades olímpicas. Assim, apesar da limitação de prazo, haveria ganhos com a inclusão na pauta de discussões de temas abrangendo Copa-Olimpíada e Fifa-COI.

Teremos desafios interessantes com os dois eventos consecutivos no Brasil. Uma marca que patrocinar a Copa e não patrocinar a Olimpíada, por exemplo, vai querer leis restritivas em 2014 para se proteger e leis tranquilas em 2016 para poder atacar os concorrentes, e essas decisões acontecem agora. Outra batalha na mesma guerra.

Quanto à preocupação de Romário com as atividades em Brasília, ele próprio destacou, e reclamou, que precisa ser tocada a votação da PEC 300, que fixa piso salarial nacional para policiais civis e militares e bombeiros.

E mais: como integrante da Comissão de Turismo e Desporto, até dezembro, ele terá de fiscalizar as obras dos estádios para a disputa da Copa das Confederações, que acontece em 2013. Como se vê, trabalho não vai faltar.

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