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Juca Kfouri

Para abrir os olhos

O mau começo brasileiro na Libertadores não foi mais uma exceção. Está é virando regra

ESQUEÇA O MAZEMBE. Esqueça, se for possível, o Tolima. Esqueça também o Barcelona, afinal excepcional mesmo.

Mas se olharmos para o que já aconteceu na pré-Libertadores e, na semana que passou, na fase de grupos do torneio, o que mais esperar para acordar?

O Flamengo suou sangue para passar pelo fragílimo Real Potosí. Potosí, não Madrid.

O Fluminense ganhou do Arsenal-Sarandi só porque no futebol é possível vencer mesmo jogando pior que o adversário. Sarandi, não de Londres.

E o Vasco levou um vareio do Nacional, o que não chega a ser um vexame por ser quem é o time uruguaio, mas, em todo caso, são três exemplos de jogos em casa, no Engenhão e em São Januário.

Tanto no caso do Fla quanto do Flu alguém poderá dizer que ganharam e o que importa é o resultado, raciocínio medíocre que esquece simplesmente do essencial -jogar bem- e que quem não dá bola para isso costuma se dar espetacularmente mal, como temos visto à exaustão, por exemplo, com a nossa seleção.

Ou na decisão da Copa Sul-Americana passada, quando a Universidad do Chile passou de passagem sobre o vice-campeão brasileiro. Universidad do Chile, não da Alemanha ou da Itália.

O Corinthians estreará nesta quarta-feira contra o Deportivo Táchira e tanto faz se é do Estado de Táchira ou da cidade de Caracas, porque não é nem de Buenos Aires nem de Montevidéu.

Se La U chamou a atenção por dominar tática e tecnicamente o Vasco em momento iluminado no ano passado, sem tanto brilho, mas do mesmo jeito, o Nacional repetiu a dose com folga.

Serão os seis brasileiros favoritos ao título da Libertadores, como sempre avaliamos?

Seguramente, não!

Porque só o Santos, que lutará pelo tetracampeonato e pelo segundo título consecutivo para repetir a façanha de 1962/63, poderia desfrutar de tal situação, mas não só ainda sofre com os efeitos da goleada imposta pelo Barça, como estreará também nesta quarta-feira contra a altitude de La Paz, onde o Strongest, de fato, é mais forte.

Abrir os olhos é o mínimo que se pode fazer para evitar o oba-oba tradicional e a decepção que só não foi arrasadora na Libertadores passada porque o Santos honrou o futebol nacional.

Pois a situação está feia e não há mais nenhum remoto motivo para imaginar que estejamos no topo. Estamos é por baixo mesmo.

blogdojuca@uol.com.br

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