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Briga pelo espólio

Herdeiros naturais do comando da CBF, cartolas paulistas viram alvo de presidentes de federações estaduais, que pleiteiam nova eleição na entidade

BERNARDO ITRI
EDUARDO OHATA
DO PAINEL FC
MARTÍN FERNANDEZ
NELSON BARROS NETO
DE SÃO PAULO

Tida como iminente para os dirigentes das federações estaduais de futebol, a queda de Ricardo Teixeira originou uma briga regionalista pelo comando da CBF.

E presidentes de federações já chegaram até a articular uma união para definir como será a sucessão na CBF.

A cartolagem paulista espera que, se a saída de Teixeira se confirmar, seja cumprido à risca o estatuto da entidade, e o vice-presidente mais idoso assuma o cargo.

No caso, José Maria Marin, ex-governador paulista, seria o sucessor de Ricardo Teixeira. Marin entrou na CBF por indicação de Marco Polo Del Nero, presidente da Federação Paulista de Futebol.

Ao assumir o comando da CBF, Marin, segundo previsões de cartolas paulistas, daria a Del Nero a secretaria-geral da entidade -cargo que, até o fim de janeiro, era do tio de Teixeira. Andres Sanchez, o diretor de seleções, completaria o plantel paulista.

Em conversas informais com aliados, Marin garantiu que Andres permanecerá na confederação. O cartola corintiano prefere se esquivar.

"A princípio, se acontecer [a saída de Teixeira], tem que seguir o estatuto ou a assembleia geral, que reúne as 27 federações. Não trabalho com a hipótese de ser presidente da CBF", afirma Andres.

Enquanto ocorre a movimentação paulista, federações de outros Estados se articulam para tentar promover uma nova eleição na CBF.

"[A queda de Ricardo Teixeira] tem 99,9% de chances de ocorrer amanhã [hoje].Só que acontece o seguinte: nós prorrogamos o mandato para o Ricardo Teixeira. Então, espero que se faça justiça e se convoque novas eleições. A própria opinião pública vai falar", diz Francisco Novelletto, presidente da Federação Gaúcha de Futebol.

Novelletto se refere à manobra no estatuto da CBF para que Teixeira continuasse no poder até a Copa-2014. Seu mandato, que terminaria no final deste ano, foi prolongado para até 2015.

Segundo o cartola gaúcho, a FPF é a única entidade filiada à CBF que está sabendo do que acontece em torno da possível queda de Teixeira. "Isso criou um mal-estar. Ela está com tudo na mão. Por que esse privilégio?", argumenta Novelletto.

Anteontem, cartolas do Rio, do Rio Grande do Sul, de Minas Gerais e da Bahia conversaram para discutir uma alternativa ao assunto. Não querem aceitar a tomada de poder dos cartolas paulistas.

"O grupo tem de oito a dez federações. Não estamos preocupados com cargos. Só estamos inseguros de como vão ser os rumos da confederação", diz o presidente da federação baiana, Ednaldo Rodrigues. O dirigente declara não aceitar uma decisão "goela abaixo" de Teixeira.

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