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Juca Kfouri

Samba de uma nota só

Se a primeira semana brasileira na Libertadores preocupou, a segunda preocupou mais

SE AS ESTREIAS dos três times brasileiros, em casa, na Libertadores na semana retrasada, tinham deixado a desejar, as outras três, fora, na semana que passou, foram ainda piores.

O saldo no momento é preocupante: duas vitórias em casa, uma delas, a do Flu, por acaso, e uma derrota, a do Vasco. Só o Inter escapou ileso.

E dois empates e mais uma derrota fora, sendo que o empate do Corinthians foi justo, o do Flamengo imerecido e a derrota do Santos daquelas coisas que só podem ser atribuídas à obnubilação do cérebro pouco oxigenado na altitude de La Paz.

É verdade que o empate do campeão brasileiro teve sabor de vitória. E que o Flamengo também pode comemorar porque a praxe na Libertadores é dizer que empatar fora de casa é bom resultado, filhote desta praga do pragmatismo.

Bom resultado é ganhar jogando bem. E ponto.

Principalmente se os rivais forem o Lanús e o Táchira -que o Strongest fique fora dessa porque quem ganhou do Santos foram os 3.640 metros da capital boliviana.

Ou alguém já tinha visto Neymar perder gols daquele jeito?

Só mesmo desfocado pela aflição e secura das alturas.

Os adversários perderam o respeito e para recuperá-lo nosso futebol não precisará apenas vencê-los, mas se impor, como faz o Barcelona quando pega a bola -de resto, durante a maior parte de todos os jogos, todos, sem exceção, esteja ganhando ou esteja perdendo.

Porque há uma ideia que o respalda, uma filosofia de jogo, e uma ideologia, a de jogar bem, longe de ser utopia ou mero idealismo, o que os cultores do futebol de resultados gostam de ridicularizar, professores que são sem estudar, felizes em sua ignorância, o pior tipo de burro que há, o burro contente, outra praga imbatível.

O tempo do improviso já era.

Quem não lê, não estuda, se atualiza, não exercita os neurônios, já era, apenas engana, num samba, sem molejo, de uma nota só.

E tome chutão, ligação direta, grossura e adrenalina. Já tratamos a bola com mais carinho.

INVEJA

Nesta quarta-feira começa, de verdade, a esmaecida Taça Guanabara. Tem semifinais na quarta e na quinta entre Vasco x Fla e Botafogo x Flu.

Melhor ainda: termina no domingo.

Perdeu menos tempo do que este interminável e embolorado Paulistinha.

blogdojuca@uol.com.br

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