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Lúcio Ribeiro

Guardiola na seleção

Talvez a fase de testes para a Copa tivesse que ser aplicada em outra função: a de treinador

A minha geração (a anterior e imagino que as posteriores também) não tem nada a ver com isso, mas até hoje sofremos na pele o desastre da Copa de 1950 no Brasil. Depois do Maracanazzo, mesmo com cinco Mundiais nas costas, sempre tem alguém para lembrar dele, desde um "maldito" uruguaio a qualquer estudo sociológico sobre as grandes dores da alma humana no século 20.

Daí que hoje, na Suíça, em uma noite de fevereiro de 2012, o Brasil entra em campo contra a Bósnia, para mais um jogo-teste. O problema é que há um outro modo de "ler" essa partida: mais um novo capítulo da série "Procura-se desesperadamente uma seleção para a Copa de 2014 no Brasil".

A água já bateu. Falta pouco mais de dois anos para o Brasil sediar um novo Mundial. E, parafraseando o diretor de seleções Andres Sanchez, o Mano não tem um time. "É preciso parar com os testes", disse.

Corte para a Europa. O hoje encantador técnico do Barcelona, o espanhol Pep Guardiola, 13 títulos em 16 disputados, ameaça sair do melhor time do planeta. Cogita-se na Inglaterra o interesse local em Guardiola para o cargo de técnico do English Team, que está demorando para ser ocupado. Fala-se na Itália que a Inter de Milão vai abrir os cofres para seduzir o técnico.

Não tenho nada contra o trabalho do Mano.

Mas, se formos pensar seriamente que fevereiro de 2012 não está tão longe assim de junho de 2014 (e na importância de uma Copa, no Brasil, para o ego dos brasileiros), talvez a fase de testes tenha que ser transportada para uma outra função: a de técnico. E, para o "país do futebol", nada melhor que o principal treinador hoje no mundo.

O raciocínio é "simples": técnico estudioso e vencedor, porém enfadado e querendo desafios >> Guardiola perto da Argentina, terra dos técnicos que ele tanto admira >> o Brasil tem alguns grandes técnicos, que não estão em suas grandes fases >> um especialista em futebol como o colunista Tostão procurando sem encontrar a fonte de onde bebem os supervalorizados treinadores brasileiros >> Guardiola e seu antídoto natural contra duas grandes seleções: a Espanha e a Argentina (leia-se Messi) >> Guardiola no Brasil.

No mínimo, pelas "ligações perigosas" que Ricardo Teixeira parece ter com o presidente do Barcelona, ex-Nike, empresa que patrocina o futebol brasileiro a ponto de interferir até na agenda de jogos da seleção, talvez não seja tão difícil pegar o telefone e ligar para Guardiola, para perguntar: "E aí? Topa?".

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