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Torcida é largada por seu time e abraça outro, da 4ª divisão

ADRIANO WILKSON
ENVIADO ESPECIAL A PRESIDENTE PRUDENTE (SP)

O primeiro time deles deixou de existir. O segundo foi deles por um ano e meio e os largou sem dizer tchau. Adotaram um terceiro, que joga na última divisão e não sabe qual será seu próximo jogo.

Seria azar suficiente para qualquer um desistir do futebol, mas não para alguns torcedores de Presidente Prudente, a 558 km de São Paulo.

Eles são da Ultras Prudentino, uma torcida organizada (de seis membros) do Grêmio Prudente, o novo clube profissional do município.

Eram mais de 200 quando era famoso outro Grêmio Prudente, que deixou a cidade e voltou à terra natal, Barueri.

Mas, com o declínio do clube e sua consequente fuga para os arredores da capital, a maioria deles desistiu da organizada. Alguns, do futebol.

Cidade que já teve clubes tradicionais, Presidente Prudente acabara de ver um deles, o Oeste, encerrar atividades após fracassar nas últimas divisões do Estadual.

Em 2010, o Grêmio Barueri foi atraído ao município pela prefeitura, teve bons resultados em campo e arrebatou o coração dos órfãos do Oeste. Amor não correspondido.

"Sou corintiano também. Às vezes, torcia para o Corinthians, mas, como o Grêmio estava mal, prometi me dedicar só a ele, não torcer para outro time. Não cumpri a promessa porque, na semana seguinte, os caras foram embora", afirma Luan Gustavo, 20, diretor da Ultras Prudentino.

No começo de 2011, a organizada levantou R$ 3.000 e mandou fazer a terceira maior faixa de São Paulo: 115 m de comprimento, o equivalente a um prédio de 38 andares.

A ideia era exibi-la na estreia do Grêmio no Brasileiro. Mas, antes que pudessem desenrolar o pano, o time se foi.

Como uma tradição que passa de geração a geração, a torcida organizada foi transmitida para cada clube que surgiu na cidade. A bola da vez é o novo Grêmio Prudente, que estreia na quarta divisão do Paulista em maio. O adversário não está definido.

Neste jogo, a Ultras pretende estrear sua faixa. Mas já prevê a dificuldade de reunir gente bastante para carregar o material: se na arquibancada houver, além deles, mais torcedores do que as famílias dos atletas já será muito.

E ainda há outro problema: o Grêmio Prudente mudou seu escudo e cores. E a faixa gigante ficou desatualizada sem nunca ter sido usada.

Mas o presidente do clube já prometeu adequar a torcida à nova realidade e pintar outra vez o material até maio.

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