Novo Corinthians fortalece Tite

	Daniel Augusto Jr./Fotoarena/Folhapress
	Corintianos reconhecem gramado do Estádio Azul, onde hoje jogam pela Libertadores

O Corinthians que enfrenta o Cruz Azul hoje, pela Libertadores, no México, tem a cara de sua nova direção.

A dispensa de Adriano após a enésima polêmica foi o primeiro ato ruidoso do seu novo presidente, Mário Gobbi. O cartola, no cargo há 31 dias, ouviu as queixas de Tite e não titubeou em mandar embora o atacante que foi trazido e bancado por Andres Sanchez, seu antecessor.

De uma só vez, enxugou a folha de pagamento do clube -Adriano recebia R$ 380 mil mensais- e fortaleceu a figura de seu treinador, que demonstrou publicamente sua insatisfação com o atleta. Na última sexta-feira, ele cortou Adriano das partidas seguintes. Três dias depois, viu seu presidente dispensá-lo.

Agora, Tite continua com o grupo nas mãos, mantendo a base vencedora do ano passado e com um problema a menos para administrar.

Segundo Luis Paulo Rosenberg, vice-presidente do clube, a nova diretoria manterá o caminho de Andres, mas sob um traçado diferente.

"Ele [Gobbi] é muito compreensível, de diálogo. Mas não admite ver o Corinthians ser questionado. Essa atitude tem que ser transmitida o mais rápido para que todos entendam o que é o novo Corinthians", disse Rosenberg, responsável pelo marketing na gestão de Andres.

"O novo presidente está tomando decisões desde o dia em que assumiu. Algumas delas, internas. Esta [dispensa de Adriano] foi a primeira que teve uma repercussão maior. E flagra bem como é sua atitude", completou.

A saída de Adriano também rompe um dos últimos elos do clube com Ronaldo. Foi ele quem apresentou Adriano a Andres, logo após anunciar sua aposentadoria. A dupla Andres-Ronaldo foi marcante nos últimos anos no dia a dia do clube e está mais distante do Corinthians.

A Hypermarcas, patrocinador oficial há dois anos e que se aproximou do Corinthians graças a Ronaldo, encerrará seu contrato ao final do Campeonato Paulista, e nada indica que ele será renovado.

O que não muda, não importa quem seja o mandatário do clube, é a antiga obsessão de todos pela conquista da Libertadores.

"Se haverá reforços? Não sei, vamos conversar com a diretoria de futebol. Mas o fato é que vamos fazer de tudo para ganhar a Libertadores", declarou Rosenberg.