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Marin adula deputados em Brasília

CBF
Sucessor de Teixeira vai ao Congresso e elogia até a oposição

FILIPE COUTINHO
DE BRASÍLIA

José Maria Marin, 79, encarnou os tempos de vereador, deputado e governador para distribuir elogios e promessas na Câmara dos Deputados em sua estreia em Brasília como presidente da CBF e do COL (Comitê Organizador Local) da Copa de 2014.

Marin fez ontem o que Ricardo Teixeira, dirigente máximo do futebol por 23 anos, já não conseguia fazer em seus últimos dias de cartola: circular no Congresso, trocar tapinhas nas costas e angariar o apoio de deputados.

O périplo começou justamente com um desafeto de Teixeira, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), que já comandou CPI sobre a CBF.

Passou ainda pelo também senador da oposição Agripino Maia (DEM-RN). Foi quando cometeu uma gafe.

Chamou de "primeira-dama" a governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini (DEM), apadrinhada do senador. Ela sorriu e o convidou para conhecer as obras da Copa em Natal -uma das sedes mais atrasadas.

Ainda no Senado, o cartola afagou Romero Jucá (PMDB-RR), ex-líder do governo, a quem o "país deve muito". "Aqui estou entre amigos. Vim da classe política e respeito a classe."

A "visita de cortesia" incluiu ainda um encontro informal com deputados da Comissão de Turismo e Desporto da Câmara. Foi o novo presidente da comissão, José Rocha (PR-BA), quem ciceroneou Marin pelo Congresso. A aproximação tem duplo significado. Rocha é da chamada bancada da bola, além de ser cartola do Vitória. Foi nessa mesma comissão que Teixeira esteve pela última vez no Congresso para tratar de obras da Copa, em 2011.

Teixeira bateu boca com os que criticaram atrasos. Agora, Marin é paz e amor.

"Algumas críticas de atrasos podem até se justificar. Mas felizmente a grande maioria dos estádios estão seguindo normalmente e cabe ao COL fazer esse alerta sobre possíveis atrasos", disse.

Nas quase três horas de visita, Marin disse que não discutiu a principal polêmica do Mundial atualmente: a aprovação da Lei Geral da Copa. "Estou tranquilo", resumiu.

O cartola saiu em defesa dos deputados ao falar da Fifa. "Não se trata de perder a paciência. A Fifa deve saber perfeitamente que cada casa de leis e os respectivos Estados vão estar conscientes da sua responsabilidade."

E cobrou o mesmo dos Estados, que poderão votar leis locais para liberar bebida alcoólica a agradar a Fifa.

"Nas casas de leis dos Estados vai haver a mesma consciência e responsabilidade. Cada parlamentar, independente da sigla, está pensando no que é bom para o Brasil, que é organizar uma Copa com muita paz", disse.

Os deputados o cartola. "Ele deixou claro que pretende deixar uma porta aberta", disse Jonas Donizette (SB-SP).

Marin também foi ao Tribunal de Contas da União.

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