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Edgard Alves

Repeteco

As previsões do COB para os Jogos de Londres-2012 mostram barreira na evolução do esporte no país

O Brasil deve ir aos Jogos Olímpicos de Londres, em julho próximo, com um número menor de atletas do que foi a Pequim-2008, quando arrebatou 15 medalhas. A expectativa de pódios aponta para um possível repeteco. Apesar do aumento dos investimentos no setor nos últimos quatro anos, os números básicos apresentados pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro) sobre as previsões para Londres mostram uma barreira na evolução do esporte no país.

A redução no tamanho do time, no entanto, não significa maior rigor na sua formação. Além da diferença ser irrelevante (cerca de 250 contra 277), a delegação continuará sendo uma das mais numerosas do evento. Só não terá mais atletas por causa dos índices mínimos exigidos para a garantia de vagas.

Para a Olimpíada do Rio, em 2016, esse entrave não existirá. Na condição de promotor do evento, o Brasil terá direito a participar de praticamente todas as modalidades. Sim, praticamente, porque, ao contrário do que se pode imaginar, o país-sede não se classifica automaticamente em alguns esportes. Na visão do COB, o direito às vagas não deve ser desperdiçado.

A posição é aceitável desde que não se poupe esforço na preparação dos candidatos à regalia.

Dessa forma, o COB não correrá o risco de ser contrariado como ocorreu com o Comitê Olímpico Britânico.

Depois de ter perdido a chance de garantir sua vaga na Olimpíada londrina, a equipe feminina de ginástica rítmica do Reino Unido apresentou recurso à instância que regula o esporte olímpico no país. A equipe ficou em oitavo no Pré-Olímpico, que oferecia quatro vagas para os Jogos. Apesar do resultado, o Reino Unido, como anfitrião, tinha direito de reivindicar uma vaga. Mas a federação britânica exigia a nota mínima de 45,223 pontos para sua equipe na fase de classificação, que ficou 0,273 abaixo.

Na fase seguinte à classificatória, as britânicas chegaram aos 47,200 pontos, acima da nota de corte. Implacáveis, o Comitê Olímpico Britânico e a federação de ginástica não arredaram pé de que a nota anterior é que valia. Daí o apelo das atletas, que acabaram levando a melhor.

Para os Jogos de Londres, o comitê brasileiro vai adotar uma nova prática, incluindo em sua delegação outros 16 jovens atletas, que permanecerão na capital inglesa durante cinco dias, acompanhando a Olimpíada de perto, para ganhar experiência com vistas à Rio-2016.

Indício de tentativa de reverter o ditado de que santo de casa não faz milagre.

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