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100 anos um por um

Entre fatos e curiosidades, o colunista José Roberto Torero conta o centenário do Santos como você nunca viu antes. Nunca mesmo

1912
No dia 14 de abril, o Titanic afunda e o Santos Foot Ball Club é fundado

1913
Já com camisas com listras pretas e brancas, vem o primeiro título, o Campeonato Santista. Seis jogos e seis vitórias

1914
Neste ano o clube disputou somente amistosos. Foram sete jogos e nenhuma derrota

1915
O Santos é campeão santista com um ataque classe A: Adolfo Millon, Anacleto Ferramenta, Ari Patuska, Agostinho Marba e Arnaldo Silveira

1917
O Santos passa a aceitar mulheres como sócias. E a primeira chama-se Amélia, um bom nome para uma torcedora

1918
Morre um dos fundadores do Santos e a assembleia propõe 15 minutos de silêncio. O presidente barganha e passa-se de 15 para um. Daí nasceu o costume do minuto de silêncio. Que hoje dura uns dez segundos

1919
O Santos cede três jogadores para a seleção brasileira, que é campeã pela primeira vez da Copa América. Os alvinegros que vestiram a amarelinha (que na época era branquinha) foram: Millon, Haroldo e Arnaldo Silveira

1920
O ponta Edgar Marques sentiu-se mal após o almoço e Araken Patuska foi chamado às pressas para compor o time. O jogo contra o Paulista de Jundiaí terminou empatado em 5 a 5 e ele fez quatro gols. Araken tinha 15 anos

1921
Arnaldo Silveira, que fez o primeiro gol da história oficial do time, parou de jogar. Apelidado de Miúdo, ele fez 66 gols com a camisa santista

1922
Acontece a primeira venda antecipada de ingressos da história do time em alguns cafés da cidade

1923
O Santos tem um goleiro estrangeiro. Mas ele não era argentino como Cejas ou uruguaio como Rodolfo Rodríguez. Seu nome era Agne Blokeuns e ele era sueco

1924
Bem antes dos tempos de Getúlio Vargas, o Santos instituiu o 13º salário para todos os seus empregados

1925
O técnico Urbano Caldeira faz treinos curiosos. Num deles, os jogadores formam um círculo em volta de um barril e tentam derrubá-lo com a bola

1926
O clube compra uma moderna máquina inglesa de cortar grama. Houve até discursos para recebê-la. Só os carneiros, que faziam as vezes de jardineiros, não gostaram da novidade

1927
Omar, Camarão, Feitiço, Araken e Evangelista formam o primeiro ataque a marcar cem gols num Campeonato Paulista

1928
Neste ano foram fabricados os cigarros Santos F.C. Por sorte, o produto virou fumaça

1929
Dias antes de o Santos chegar ao Rio de Janeiro, o jornal carioca "Crítica" publicou este anúncio: "O jogador Feitiço, desejando contrair matrimônio, recebe cartas endereçadas para esta Redação." Era piada, mas 731 candidatas escreveram para o diário fluminense

1930
O Santos faz alguns jogos na Argentina. No seu ataque estava Arthur Friedenreich, maior artilheiro da era amadora, já com 38 anos

1931
Pela primeira vez o time faz concentração antes de um jogo. Não dá muito certo. 5 a 2 para o Corinthians

1932
Por conta da Revolução Constitucionalista, a diretoria santista pensa em doar todos os troféus do clube para a Campanha do Ouro em Prol da Vitória. Urbano Caldeira se opõe e o clube acaba doando apenas dinheiro

1933
Acontece o primeiro jogo do profissionalismo no Brasil: o São Paulo ganha do Santos por 5 a 1 em plena Vila Belmiro, causando saudades do amadorismo

1934
Aos 30 anos de idade, Athiê se despede do futebol. Teria carreira mais longa como presidente do clube, onde ficou de 1945 a 1971

1935
Finalmente o primeiro título paulista. O jogo decisivo foi um 2 a 0 contra o Corinthians. Os desbravadores foram: Ciro; Neves e Agostinho; Marteletti, Ferreira e Jango; Saci, Mário Pereira, Raul, Araken e Junqueirinha

1936
O apelido de Amélia foi dado ao robusto atleta gaúcho Ademar de Oliveira. O motivo da alcunha era simples: ele jogava bem em qualquer posição e jamais reclamava das mudanças. Amélia era um coringa de verdade

1937
Conquista o Torneio Início, ao vencer os rivais Corinthians, Estudantes e Palestra Itália. Os jogos foram em São Paulo e o Santos mandou um time reserva

1938
O Santos deste ano não fez o menor sucesso, mas tinha uma equipe com nomes curiosos, como o romântico Lovecchio, o ecológico Figueira, o imodesto Bompeixe, o heroico Tom Mix, o dicionárico Aurélio e o folclórico Saci

1939
Numa partida contra o Ypiranga, o destaque foi Incêndio, zagueiro do time paulistano. Ele fez um pênalti e, inconformado com a marcação, agrediu o juiz. Depois se recusou a sair de campo e começou uma briga generalizada. A partida só recomeçou depois da substituição do árbitro. O pênalti foi batido e o Santos venceu a partida

1940
Pela primeira vez o Santos joga no Pacaembu. Empate com o SPR (atual Nacional) por 4 a 4

1941
Ano de estreia de Antoninho, jogador tão inteligente que foi apelidado de Arquiteto da Bola. Um talento solitário naquele discreto Santos dos anos 40

1942
O time fica em sexto lugar no Paulista

1943
O time fica em sexto lugar no Paulista

1944
O time fica em sexto lugar no Paulista

1945
O time fica em sexto lugar no Paulista

1946
O time melhora e fica em quarto lugar no Paulista!

1947
A alegria dura pouco. O time volta a ficar em sexto lugar no Paulista

1948
Odair, o Titica, fez uma partida espetacular contra o Comercial. Ele abriu o placar, mas o Comercial empatou. Titica fez o segundo, mas o Comercial empatou. Titica fez o terceiro, mas o Comercial empatou. Titica fez o quarto, mas o Comercial empatou. Então Titica fez o quinto e o juiz encerrou o jogo

1949
O time ganhou a Taça Cidade de São Paulo. Mas o troféu carregava uma maldição: quem o vencia não ganhava o Paulista. Infelizmente a maldição também deu certo naquele ano.

1950
Um ano tão obscuro que o fato mais memorável foi a dispensa de Apaga a Luz, um jogador nada brilhante

1951
Pela primeira vez o Santos ganha um torneio fora do Estado. Foi o Quadrangular de Belo Horizonte, disputado contra os três grandes de Minas. O time venceu seus três jogos

1952
Um ano sem nenhuma conquista e com algumas derrotas vergonhosas, como a sofrida para o modesto Cambarense, que tinha como destaque o trio Limonada, Zé Pelanca e Pé de Chumbo

1953
Como havia uma ameaça de apagão (coisas do passado), estavam proibidos os jogos noturnos. Mas o Santos, utilizando o gerador de um navio mercante, disputou um clássico com o São Paulo no dia 10 de julho. O resultado foi um opaco 0 a 0

1954
Lula, um chofer de táxi que treinava as categorias de base, assume o time principal. Até hoje é o técnico mais vitorioso de todos os tempos

1955
Depois de 20 anos de jejum, eis que vem o segundo Paulista. O gol decisivo foi de Pepe, um balaço a sete minutos do final

1956
Um garoto de 15 anos estreia no time. Como corre muito, os jogadores o apelidam de Gasolina. Mas ficará mais pelo apelido de criança: Pelé

1957
É composto o hino oficial do Santos, que começa assim: "Sou alvinegro da Vila Belmiro, o Santos vive no meu coração. É o motivo de todo o meu riso, de minhas lágrimas e emoção"

1958
O 7 a 6 sobre o Palmeiras talvez tenha sido o maior jogo de todos os tempos. Segundo a imprensa da época, cinco pessoas morreram de ataque cardíaco ouvindo a partida pelo rádio

1959
Começam as excursões. O Santos ganha o Tereza Herrera, o Pentagonal do México, a Taça Mario Echandi (na Costa Rica) e o Torneio de Valência

1960
Um ano típico daquela década: o Santos vence o Torneio Cidade de Paris, o Troféu Giallorosso, em Roma, e o Paulista

1961
O primeiro Brasileiro a gente nunca esquece. A final foi contra o Bahia. Em Salvador, 1 a 1. Na Vila, 5 a 1

1962
O ano do cinquentenário foi perfeito. O clube ganhou o Paulista, o Brasileiro, a Libertadores e o Mundial: 5 a 2 sobre o Benfica de Eusébio

1963
Outro ano inesquecível. O time ganhou o Rio-São Paulo, o tri Brasileiro, o bi da Libertadores e o bi mundial. Na Vila Belmiro, raios caem duas vezes no mesmo lugar

1964
O Santos vence o Botafogo de Ribeirão Preto por 11 a 0, e Pelé marca nada menos que oito gols.

1965
O time faz tanto sucesso que novos Santos vão surgindo. Naquele ano havia 51 no Brasil, 17 na América do Sul, 11 na América Central, 5 no México e 1 na África

1966
Pela primeira vez, desde 1957, Pelé não é artilheiro do Paulista. Mas o artilheiro foi do Santos: Toninho Guerreiro com 24 gols

1967
Foi preciso um jogo extra contra o São Paulo para decidir o Estadual. Resultado: 2 a 1 para o Santos, com gols de Toninho Guerreiro e de Jonas Eduardo Américo, vulgo Edu

1968
Sete novas taças para a sala de troféus: a do Campeonato Paulista, a do Torneio
Amazônia, a do Octogonal do Chile, a do Pentagonal de Buenos Aires, a do Campeonato Brasileiro (pela sexta vez), a da Recopa Sul-Americana e a da Recopa Mundial

1969
O Santos vence o Paulista (pela 12ª vez) e Pelé, mesmo trabalhando como ator numa novela da Tupi, volta a ser o artilheiro do Estadual

1970
Gilmar, Zito, Pepe, Dorval e Mengálvio já se aposentaram. As viagens continuam, mas as conquistas rareiam e o time ganha apenas o Hexagonal do Chile

1971
Um único e modesto troféu, o do Triangular de Kingston, que tinha o Chelsea (na época um clube bem modesto) e a seleção da Jamaica

1972
As contas ficam no vermelho e o Santos vende o Parque Balneário, que tinha mais de
200 apartamentos, todos com vista para o mar

1973
1+1=3. Armando Marques erra nas contas da disputa de pênaltis e o Santos tem que dividir o Paulista com a Portuguesa

1974
Depois de mais de mil jogos e mil gols, Pelé se despede do Santos numa partida contra a Ponte Preta. O desconhecido Gilson entrou em seu lugar. Era o fim de uma era

1975
No Brasileiro, a pior colocação de todos os tempos: 23º lugar

1976
No Paulista, a pior colocação de todos os tempos: 13º lugar

1977
Dois títulos para tirar o pó da sala de troféus: o Hexagonal do Chile (pela quarta vez) e o Triangular de León, no México

1978
O time dos jovens Pita, Nilton Batata, Juary e João Paulo ganha o Paulista

1979
Juary é, pelo terceiro ano consecutivo, o artilheiro da equipe na temporada. É o primeiro jogador a conseguir tal façanha depois da era Pelé

1980
Clodoaldo, o da Copa-1970 e sétimo jogador que mais vestiu a camisa do clube, deixa o Santos. Ainda jogaria mais um ano pelo Nacional de Manaus

1981
Num ano sem grandes vitórias, a maior glória foi vencer o Milan em pleno estádio
San Siro. 2 a 1. Gols de Elói

1982
Um dos piores anos da história do clube. Em 76 partidas, apenas 27 vitórias

1983
O chute do jogador do Palmeiras ia para fora, mas a bola bateu no juiz José de Assis Aragão, que marcou um golaço. O Santos, que vencia por 2 a 1, ficou no empate. Tem ano em que nada dá certo

1984
Feios, sujos e malvados. Com um time de jogadores experientes, como Rodolfo
Rodríguez, Lino, Humberto, Paulo Isidoro, Zé Sérgio e Serginho Chulapa, o Santos vence o Corinthians por 1 a 0, no Morumbi, e volta a ser campeão paulista

1985
A pedido da TV Record, que fazia uma programação especial para o Dia da Mentira, um dirigente santista anunciou a contratação de Zico. A torcida ficou enfurecida quando percebeu a brincadeira

1986
O Santos vence o primeiro turno do Campeonato Paulista, mas nas semifinais perde
para a Inter de Limeira, que seria a campeã

1987
A glória do ano foi ganhar o triangular Cidade de Marselha, contra Olympique e Hamburgo. O time da época era: Rodolfo Rodríguez; Ijuí, Nildo, Toninho Carlos e Claudinho; Cesar Sampaio, De León, Osvaldo e Mendonça; Luís Carlos e Arizinho

1988
Sócrates é contratado e ajuda a encerrar o jejum de quatro anos sem vitórias sobre o Corinthians

1989
Juary, o filhote de sagui, volta ao time. Não é mais ágil como antigamente, mas marca alguns gols e chega aos 101

1990
Na decisão da Supercopa Sul-Americana, entre Santos e Nacional do Uruguai, realizada em Taipei, o árbitro expulsou os 22 jogadores após uma briga generalizada. Decepcionados diante da pancadaria, os chineses foram às bilheterias pedir o dinheiro dos ingressos de volta

1991
O Santos fica em oitavo no Brasileiro, mas faz o artilheiro do campeonato: Paulinho McLaren

1992
O técnico Rubens Minelli, tricampeão brasileiro na década de 1970, assume o comando da equipe. Mas só dura seis jogos no cargo (duas vitórias, duas derrotas e dois empates)

1993
A glória do ano foi ter Guga como artilheiro do Brasileiro

1994
O Santos ganha a taça Rio-São Paulo-Minas com um elenco pouco memorável: Róbson; Sérgio Santos, Marcelo Fernandes, Maurício Copertino e Piá; Cerezo, Zé Renato e Ranielli; Neizinho, Demétrius e Luciano

1995
É o ano do vice no Brasileiro, quando Giovanni pintou o cabelo de vermelho e o juiz Márcio Rezende de Freitas deixou o cabelo dos santistas brancos na final contra o Botafogo

1996
O Santos usou calções quadriculados e estrelados. A ideia não vingou e, graças aos
céus, foi esquecida

1997
O time ganha o Rio-São Paulo sobre o Flamengo de Romário e companhia. O gol do título foi de Juari. Não aquele, com y, mas outro, com i

1998
Jorginho, hoje técnico da Portuguesa, marca o gol de número 10 mil do Santos

1999
O time tem dois japoneses, Tomo Sugawara e Masakyio Maezono, o que quer dizer muita coisa

2000
Contratação do lateral esquerdo Léo, jogador mais vitorioso no período pós-Pelé: Campeonato Brasileiro (2002 e 2004), Libertadores (2011), Paulista (2010 e 2011) e Copa do Brasil (2010)

2001
O Santos é eleito pela Fifa como o melhor time das Américas no século 20

2002
Sem dinheiro, o clube se vê obrigado a usar jovens desconhecidos como Alex, Paulo Almeida, Elano, Renato, Diego e Robinho. No jogo final, pedaladas de Robinho e vitória de 3 a 2. Era o fim do jejum de 18 anos sem um grande título

2003
O time perde a final da Libertadores para o Boca Juniors e os torcedores santistas têm que ouvir o infame trocadilho: "É, o Peixe morreu na praia..."

2004
O Santos ganha seu primeiro Campeonato Brasileiro na era dos pontos corridos. A conquista veio na última partida: 2 a 1 sobre o Vasco. Gols de Ricardinho e Elano

2005
Ano difícil. Com a venda dos bons jogadores, o Santos pode entrar em campo com: Henao, Ávalos, Halisson e Domingos; Bóvio, Zé Elias, Rogério, Rossini e Flávio; Fábio Baiano e William

2006
Depois de 22 anos, o time volta a conquistar um Campeonato Paulista. O time, capitaneado pelo meia Zé Roberto, teve a defesa menos vazada e foi a única equipe a anotar gols em todos os jogos

2007
Com gols dos já esquecidos Adaílton e Moraes, o Santos vence o São Caetano do treinador Dorival Jr. por 2 a 0 e é bicampeão paulista

2008
No Brasileiro, o Santos escapa do rebaixamento por um mísero ponto. O gol salvador foi marcado por Michael Jackson Quiñonez

2009
Campeão Brasileiro e da Libertadores. No feminino, é claro

2010
O Santos monta um supertime no primeiro semestre e voltam as goleadas dos anos 60. Arouca, Wesley, Ganso, Robinho, André e Neymar enlouquecem zagueiros e conquistam o Paulista e a Copa do Brasil

2011
Depois de quase 50 anos, o Santos ganha novamente um título que só havia conseguido na era Pelé: a Libertadores

2012
No ano do centenário, o sonho é repetir o ano do cinquentenário

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