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Opinião

Bom aluno, Pep conseguiu melhorar o que já era espetacular

RODRIGO BUENO
COLUNISTA DA FOLHA

Nunca teve e talvez nunca terá técnico tão perfeito para o Barça quanto Guardiola. Antítese de Real e Mourinho, foi o prata da casa que mais bem seguiu os ensinamentos de Rinus Michels e Cruyff no "diferenciado" clube catalão.

É fácil pensar que Guardiola teve poucos méritos, pois comandou um time entrosado desde a base com Messi, Xavi, Iniesta e outras feras. Mas Guardiola ousou num time já ousado. Chegou a jogar sem zagueiros de origem, usou e abusou numa defesa sem atletas indiscutíveis, mudou o posicionamento do maior do mundo, tirando-o da ponta e o fazendo centroavante, aprimorou o que já era espetacular. Consolidou o melhor time de futebol dos últimos 20 anos, pelo menos. E conservou-se humilde.

Talvez o Barcelona não precise tanto de Guardiola. Técnicos e jogadores passam, o clube fica. Rinus, melhor treinador do século 20, começou a implantar a filosofia do Barça nos anos 70, mas não ganhou tantas taças. Continuou com Cruyff e Rijkaard até chegar Pep, filho legítimo do clube, bom aluno que elevou a academia como ninguém.

Guardiola sai porque quer. Não há crise com diretoria nem com o time (nem com Piqué). Sobra identidade com tudo e todos. Se houve quem pensasse que ele seria só um rostinho bonito no banco, a história o colocou entre os melhores da prancheta.

Jogar de forma linda e faturar troféus em série não foi possível para a Hungria dos anos 50, a Holanda dos 70 e o Brasil de Telê. Já no Barcelona de Guardiola o útil e o agradável estiveram de mãos dadas quase todo o tempo.

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