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Troca de chefia alcança semifinal

PAULISTA Guarani e Ponte Preta decidem vaga na final após saída forçada de presidentes

LEONARDO LOURENÇO
MARCEL RIZZO
ENVIADOS ESPECIAIS A CAMPINAS

O bom resultado dos dois clubes de Campinas no Campeonato Paulista coincide com mudanças forçadas nas presidências, ao final de 2011.

Guarani e Ponte Preta decidem hoje, a partir das 18h30, no estádio Brinco de Ouro, uma vaga na final, algo que não faziam há 31 anos.

Com dívidas que ultrapassam os R$ 100 milhões e elencos modestos, os presidentes eleitos saíram por destituição, no Guarani, e barrado pela Justiça, na Ponte Preta.

Os casos são distintos, mas com finais parecidos: oposição menos atuante e paz com os torcedores, o que explica em parte a intromissão campineira nesta semifinal.

Na Ponte, Sérgio Carnielli foi reeleito em novembro, mas não pôde assumir porque a Justiça entendeu que ele havia desrespeitado a Lei Pelé ao contratar auditoria ligada a conselheiro do clube.

O presidente em exercício Márcio Della Volpe, vice na chapa vencedora, admite que consulta muito Carnielli para tomar as decisões. "Conversamos sobre todos os assuntos. A gestão é dele."

Mas, sem Carnielli na mídia, a oposição afrouxou críticas. A principal, a de que o clube pretendia vender o estádio Moisés Lucarelli para levantar o dinheiro para pagar uma dívida com o próprio Carnielli, que segundo a diretoria é de R$ 83 milhões.

ASSOCIADOS

Cerca de 30 torcedores do Guarani formaram em meados de 2011 a Garra Guarani, uma ONG que pretendia, inicialmente, impedir a venda do estádio Brinco do Ouro.

No final, comandou coleta de assinaturas para a realização da assembleia que destituiu o presidente Leonel Martins de Oliveira, enfraquecido por atraso de salário e não pagamento a fornecedores.

Em 29 de novembro, um dia depois de Carnielli vencer na Ponte (e não poder assumir), Marcelo Mingone, que fazia parte do conselho que apoiava Oliveira, assumiu como novo presidente do Guarani. O diálogo melhorou, segundo os membros da Garra.

"O movimento nasceu da arquibancada. Eles sabem que não queremos cargos. Queremos ver o Guarani bem", disse Paulo Souza, o presidente da Garra Guarani.

A proposta para venda dos respectivos estádios está encerrada (no Guarani) e paralisada (na Ponte). As dívidas que apareceram nos balanços neste mês aumentaram: do Guarani pulou de R$ 130 milhões para R$ 150 milhões, e a da Ponte, de R$ 99,4 milhões para R$ 111 milhões.

"Mas estamos com os pagamentos em dia, o que ajuda o time ter tranquilidade para jogar bem no campeonato", disse Mingone.

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