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Juca Kfouri

Sem dentes, com flores

Será estupidez devolver a cafajestagem boliviana e equatoriana na mesma moeda

A LEI DO TALIÃO data de 1760 a.C., olho por olho, dente por dente.

É compreensível que haja entre santistas e corintianos quem queira aplicá-la contra o Bolívar e contra o Emelec na Vila Belmiro e no Pacaembu.

Compreensível, mas estúpido, além de equiparar animalescamente os que devem ser diferentes.

Nada de pedras, bananas, laranjas na Vila.

Nada de impedir que se treine no Pacaembu.

À barbárie pré-histórica de La Paz e Guayaquil responda-se nestas quarta e quinta-feiras com civilidade e bom futebol.

Em vez de dente por dente, flor.

Tapa de luva e educação.

E não é para mostrar superioridade, ideia arrogante. Será apenas para mostrar a diferença.

E gols, muitos gols para despachar da Libertadores os times que não poderiam estar num torneio de futebol do século 21 porque se valem de armas dos tempos da Babilônia, do Código de Hammurabi, para não dizer que são mesmo da Idade da Pedra.

E não adianta reclamar de arbitragem caseira e de outros usos e costumes de uma competição tão passadista que é comandada, há 26 anos, por um ridículo cartola de cabelo acaju e vitalício na Conmebol, com a anuência da CBF, coisa que vem desde 1997 e, que, sabe-se lá por que, só agora virou notícia.

Nicolás Leoz, 84 anos, há 26 no cargo, lembremos, é aquele que exigiu o título de sir da Coroa Britânica para votar na Inglaterra como sede da Copa do Mundo de 2018.

Precisa dizer mais?

É romper, ou calar. Com educação.

NO MORUMBI

Santos e Guarani começam a decidir o Campeonato Estadual.

No melhor estádio para tanto, embora em claro prejuízo técnico para os campineiros e contra o que prometera o cartola que preside a FPF, o mesmo que, antes das pazes com o São Paulo, topou decidir o título do ano passado, em decisão de muito mais apelo popular, no Pacaembu e na Vila Belmiro, entre Santos e Corinthians.

O favoritismo santista é de tal ordem que ao alviverde bugrino só resta se inspirar nos azuis do Chelsea que, mesmo também em 180 minutos, destronaram o superior Barcelona.

Possível é, porque tudo é possível no futebol, diria o Conselheiro Acácio.

Mas será a maior surpresa da história paulista.

blogdojuca@uol.com.br

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