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Enchente destruiu folclórico ônibus que serviu à seleção

SÉRGIO RANGEL
DO RIO

O ônibus que fez história com a seleção por mais de uma década foi embora com a trágica enchente que assolou a cidade de Teresópolis, em janeiro do ano passado.

Presente da Nike para a CBF logo no início da polêmica parceria nos anos 90, o sucatão, como era chamado pelos boleiros, foi destruído durante a madrugada de 12 de janeiro de 2011.

Naquele dia, fortes chuvas deixaram 392 mortos, além de 180 desaparecidos, e destruíram comunidades inteiras do município da região serrana do Rio.

O ônibus, que tinha as cores da bandeira brasileira e imensos logos da multinacional de material esportivo, foi praticamente coberto pela água do rio Paquequer, que subiu quase oito metros e passava nos fundos da oficina mecânica, onde o veículo estava para manutenção.

Até ter o seu motor comprometido pela água da enchente, o sucatão colecionou histórias em mais de uma década pelo time brasileiro.

Depois de usá-lo por mais de dez anos, a CBF recebeu em fevereiro do ano passado R$ 116 mil do seguro pela perda total do ônibus.

Palco de inúmeras rodas de pagode comandadas por Ronaldinho e Robinho, o ônibus chegou a ser apedrejado e deixou no meio da estrada os jogadores da seleção em algumas oportunidades.

O apedrejamento aconteceu logo no dia da festa pela conquista do pentacampeonato mundial, em 2002.

Após cinco horas de desfile no Rio, Luiz Felipe Scolari anunciou aos torcedores que a festa seria interrompida.

Os jogadores, que já haviam desfilado em outras duas capitais, desceram do trio elétrico e entraram no ônibus da CBF, o que irritou os torcedores que acompanhavam os festejos.

A partir daí, foram lançadas dezenas de pedras, e os atletas tiveram que deitar no chão do sucatão. Ao final, nove janelas foram quebradas, mas ninguém ficou ferido.

Um ano antes, os convocados por Scolari foram obrigados a pegar carona em carros da Polícia Rodoviária Federal para chegarem à Granja Comary depois de o ônibus enguiçar na subida da serra.

"Não teve problema andar no carro da polícia. O duro deve ser ficar lá atrás", brincou o zagueiro Cris, ao chegar na concentração para o início dos treinamentos antes do confronto contra o Uruguai, pelas eliminatórias do Mundial de 2002. O jogo marcou o início da era Scolari.

Em 2000, o técnico Vanderlei Luxemburgo e seus comandados já haviam sofrido com o sucatão. O ônibus quebrou na descida da serra.

Na ocasião, os jogadores da seleção brasileira estavam indo em direção ao aeroporto internacional do Rio de Janeiro, onde depois embarcariam para o Chile.

Após a série de problemas com o sucatão, a CBF anunciou que iria aposentá-lo em 2003, o que não aconteceu.

O ônibus, que enguiçou outras vezes, permaneceu rodando pelo país até o ano passado, quando foi destruído pela chuva.

Em 2010, a confederação ganhou um novo ônibus após assinar patrocínio com a Volkswagen. Mesmo assim, o sucatão permaneceu em ativa até ser destruído.

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