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Juca Kfouri

Eterno Nuzman

O presidente do COB se prepara para completar 21 anos na presidência, como fez na CBV

CARLOS NUZMAN fez do vôlei brasileiro um dos melhores do mundo em sua gestão de mais de duas décadas na CBV. E não está sendo capaz de fazer nem 5% disso à frente do COB, cuja presidência exerce desde 1995 e para a qual é candidato único no período que irá até 2016.

Ele exerce, também, a presidência da Co-Rio 2016, caso único na mais que centenária história das Olimpíadas, e se justifica dizendo que o duplo exercício evita "conflito de interesses", como estaria acontecendo na Inglaterra, onde o presidente do comitê olímpico é um e o do Jogos de Londres é outro, o campeoníssimo atleta Sebastian Coe.

Na verdade, o insubstituível cartola confunde conflito de interesses com livre concorrência.

E aproveita a dupla função para arrancar dos patrocinadores do COI, com espaço obrigatório na Olimpíada do Rio, mais dinheiro para o COB, ameaçando os que não aceitarem com "pão e água" durante o megaevento de 2016.

Sutil, Nuzman montou diversos conselhos, um deles recheado de grandes nomes do esporte nacional para fazer figuração. E pôs, nas vice-presidências do Conselho Diretor da Rio-2016, desde empresários bem-sucedidos como Luiza Helena Trajano Inácio Rodrigues, do Magazine Luiza, até o banqueiro Manoel Cintra. Mas deu, além de uma das cinco vice-presidências, funções executivas para cuidar do golfe ao ex-diretor e acionista do "Jornal do Brasil", José Antônio Nascimento Brito, responsável por um das maiores dívidas da história do FGTS no país.

Talvez não por coincidência, o local onde será disputado o torneio olímpico de golfe permanece envolvido em megadisputa judicial, e certamente é curioso que o encarregado de cuidar do tema, com inevitável investimento de dinheiro público, seja um dos causadores do calote no fundo de garantia.

Nada que surpreenda em se tratando do gestor Nuzman depois do que se viu no Pan-2007.

A viúva que se dane.

ELEMENTAR

Está correto o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, ao dizer que ninguém construirá hotéis nas sedes menores da Copa para serem utilizados por só um mês. Mas o mesmo raciocínio deveria valer para os estádios de Cuiabá, Natal, Manaus e Brasília, onde nem futebol há da primeira divisão nacional. E argumentar que são multiúsos é falacioso. Ou se supõe que Madonna, Paul McCartney, Beyoncé irão se apresentar por lá?

blogdojuca@uol.com.br

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