Santos põe calouros no Brasileiro

A estreia do Santos no Brasileiro será também a estreia de jogadores que estão buscando espaço no Santos.

O Bahia, adversário de hoje, às 18h30, em Salvador, não enfrentará os titulares santistas, poupados após uma intensa maratona de jogos do Paulista e da Libertadores.

O técnico Muricy Ramalho vai usar as primeiras rodadas do Nacional para verificar se foram acertadas ou não as apostas que ele e a diretoria fizeram nos últimos meses.

Confiante no sucesso da estrelada equipe titular na etapa decisiva do primeiro semestre, a direção foi buscar reforços baratos e pouco badalados para o time B que vai começar no Brasileiro.

São cinco os contratados até o momento. Todos devem fazer a estreia hoje. Os novatos se encaixam em uma das duas categorias: ou foram destaques de clubes de pouca expressão ou estavam encostados em times grandes.

No primeiro grupo está o volante, zagueiro ou lateral-direito Ewerton Páscoa, 23, que chega do Guarani.

O time dos ex-encostados conta com o zagueiro David Braz, 24, e o lateral Rafael Galhardo, 20, que vieram na troca de Ibson com o Flamengo. De futebol pouco vistoso, eles não são, digamos, os queridinhos da torcida rubro-negra.

No grupo, há o volante Gerson Magrão, 26, ex-Dínamo de Kiev, que chega após uma batalha judicial e trabalhista com seus ex-empregadores.

Dentre os reforços, é o que está mais entrosado com o elenco porque esteve na Argentina, relacionado para a derrota ante o Vélez (1 a 0).

Mas o grande destaque e a maior esperança é o meia Bernardo, 20, que brilhou no Vasco em 2011. Depois, pôs o clube na Justiça e perdeu espaço no time cruzmaltino.

Assinou com o Santos para um recomeço na carreira.

São esses renegados que começarão o único campeonato no país em que a era Neymar ainda não vingou -desde 2009, o Santos só fez campanhas medianas.

"Temos um orçamento e uma política salarial, não é nosso interesse passar por cima disso", afirmou o vice-presidente Odílio Rodrigues Filho sobre a política de contratações baratas do clube.

Publicamente, Muricy diz entender a contenção financeira, mas destaca a dificuldade de trabalhar assim.

"As contratações estão difíceis. É muito complicado. O Santos presta muita atenção ao que gasta, ao que tem. No começo [do Brasileiro] vai ser difícil", disse o técnico após levantar o título estadual.

A busca por reforços continua, sempre sob a égide do baixo custo. O Santos quer um resultado diferente do que teve em 2011, quando falou-se até em rebaixamento. "Este ano não dá só pra participar, temos que entrar pra ganhar", afirmou o treinador.