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Bem igual

Com carros mais instáveis e sem conhecer seus pneus, Mundial de F-1, que corre hoje em Mônaco, é o mais equilibrado desde 1983

TATIANA CUNHA
ENVIADO ESPECIAL A MÔNACO

Um campeonato de extremos. Assim tem sido o Mundial de F-1 até aqui. Na temporada mais disputada dos últimos anos, com cinco vencedores diferentes em cinco corridas já realizadas, a maior dificuldade das equipes tem sido manter a constância.

Mudanças no regulamento, como a proibição dos escapamentos aerodinâmicos, que davam mais estabilidade aos carros, e novos pneus fizeram com que não fossem raros os casos de pilotos subirem no pódio em uma etapa e não repetiram o mesmo desempenho nos demais GPs.

Foi o caso de Sergio Perez, da Sauber, que chegou a disputar a vitória do GP da Malásia, terminou em segundo e desde então não pontuou mais. Ou Nico Rosberg que, depois de passar em branco nas duas primeiras etapas do ano, venceu na China, mas não voltou mais ao pódio.

O último a entrar para esta lista foi Pastor Maldonado, da Williams. Depois das primeiras quatro corridas do ano, o venezuelano não havia completado três delas e tinha sido oitavo colocado em outra. Até vencer o GP da Espanha, há duas semanas.

E hoje, a partir das 9h (de Brasília), quando acontece a largada do GP de Mônaco, sexta etapa do Mundial, a tendência é que esta instabilidade continue devido às características que fazem da prova em Montecarlo uma das mais imprevisíveis do calendário.

Para os pilotos e as equipes, adaptar-se a esta nova F-1 tem dado muito trabalho.

"Esta temporada mudou as coisas, e acho que o que aprendemos até agora é que devemos olhar as coisas mais a longo prazo, depois de mais corridas, para tentar tirar conclusões", afirmou Ross Brawn, chefe da Mercedes.

Para Christian Horner, da Red Bull, que perdeu a hegemonia que tinha até 2011, a explicação para a competitividade nesta temporada pode estar no fato de os times não saberem ainda como os pneus de 2012 funcionam.

"Vimos um elemento fortuito, com cinco vencedores em cinco corridas, e acho que o principal fator para isso é que ninguém ainda pôde entender ao certo o funcionamento dos compostos."

De acordo com a Pirelli, um dos motivos para os pneus terem se tornado tão "misteriosos" para as equipes é o fato de sua janela de funcionamento ideal acontecer agora em temperaturas mais altas.

Além disso, os compostos têm sido menos exigidos por causa da proibição dos escapamentos aerodinâmicos.

"O maior problema das equipes é conseguir colocar nossos pneus na janela de funcionamento para que eles não superaqueçam e se desgastem e que não fiquem muito frios e não ofereçam a aderência ideal", disse Paul Hembery, diretor da Pirelli.

Um cenário que se assemelha ao de 1983, última vez que a F-1 teve cinco ganhadores nos cinco primeiros GPs.

À época, uma mudança no regulamento, que entre outras coisas acabou com o efeito-solo (que deixava os carros mais estáveis ao perseguir outros), deixou o campeonato mais parelho.

"A verdade é que nunca estamos satisfeitos. No ano passado, todos reclamavam porque só um vencia e agora porque muitos ganham", disse Sebastian Vettel, que nesta mesma época em 2011 havia vencido quatro provas e sido segundo colocado na outra.

NA TV
GP de Mônaco
9h Globo

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