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Juca Kfouri

Está gostoso gostar

À seleção brasileira faltam só mais dois passos para voltar aos braços da torcida

HÁ QUEM imagine que jornalistas gostem só das más notícias, de criticar, fujam das boas e detestem elogiar. Não é 100% mentira, mas é apenas uma meia verdade, o que, frequentemente, é pior que uma mentira inteira.

Pegue-se a seleção brasileira, por exemplo.

Faz parte da história dizer que sempre que ela sai do Brasil desacreditada, ganha a Copa do Mundo, embora não tenha sido assim, pelo menos, em uma das suas cinco conquistas, em 1962, certamente por ser o mesmo time campeão em 1958.

Não foi à toa que quando a seleção embarcou para o México, em 1970, Nelson Rodrigues escreveu: "Partiu o scratch. Acabou o seu exílio". A de 70! Está gostoso recomeçar a gostar da seleção, depois de sete gols e do novo modo de jogar que foi testado contra dinamarqueses e americanos.

Claro, faltam ainda os mexicanos e, sobretudo, os argentinos, mas o time de Mano Menezes começa a ter uma cara, e boa de se ver, ao marcar na frente para ficar mais perto do gol, aberta pelas pontas, com problemas nas bolas aéreas, mas com goleiros que dão conta do recado, e com a genialidade eficaz de Neymar e o brilho de Oscar, além da serena liderança de Thiago Silva, que é bom de cabeça e saudável no pé.

A jovem seleção tem tudo para voltar a ser querida, e resta torcer para que os cuidadosos elogios que começa a merecer não se transformem nas críticas de sempre diante de uma derrota hoje ou contra Messi.

Críticas são obrigatórias, e elogios são a parte fácil do ofício. Terrível mesmo é a indiferença, desafio que a seleção olímpica começa a vencer.

Que continue vencendo e possa sonhar em paz com o ouro londrino.

NELSON, 100

Sob curadoria de Ruy Castro, o SESC está promovendo uma série de atividades em torno do centenário do nascimento de Nelson Rodrigues. Confira a programação porque é imperdível.

Na semana que passou, ao lado de Ruy, esteve num debate, no teatro do SESI, o lendário Marinheiro Sueco Hans Henningsen, personagem de Nelson.

Poder ouvi-lo foi dessas coisas que enriquecem.

MUDANDO?

Há mais de 40 anos na estrada, pela primeira vez este colunista foi convidado para almoçar com a Fifa, representada por seu novo diretor de Comunicações, Walter De Gregorio, e pela chefe de Imprensa, Delia Fischer. Ambos falam. E ouvem.

blogdojuca@uol.com.br

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