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Mestre de obras

Aldo Rebelo marca presença do governo nas arenas da Copa com 21 vistorias em oito meses de gestão

RODRIGO MATTOS
DE SÃO PAULO

Desde que assumiu, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, tem ido a quase três estádios da Copa-2014 por mês. Em oito meses, fez mais do que o dobro de vistorias do que seu antecessor, Orlando Silva Jr., em dez meses.

As viagens do ministro às cidades-sede não botaram as obras no cronograma, como mostra relatório da Fifa apontando atrasos. O que houve foi a aceleração de obras para a Copa das Confederações.

Mas Rebelo tornou mais forte forte a presença do governo federal nas arenas. A responsabilidade, de fato, por monitorar obras é do COL (Comitê Organizador Local).

No total, o atual titular do ministério foi 21 vezes a arenas do Mundial. Esteve em todos os estádios, na maioria deles por duas vezes.

Silva Jr. tinha feito apenas oito visitas nos dez primeiros meses de 2011 antes de sair.

No primeiro trimestre de 2012, Rebelo esteve em nove deles -foi ao Castelão no ano passado. Completou nesta semana a segunda rodada, com visita a 11 estádios.

Ainda no final de sua gestão, Silva Jr. recebeu a orientação da presidente Dilma Rousseff de vistoriar regularmente estádios. Mas não teve tempo de cumprir a ordem.

"A presidenta Dilma determinou que o ministro cuide da preparação da Copa e dos Jogos olímpicos", afirmou a assessoria do ministério.

Em suas visitas, de capacete de operário e acompanhado de equipe técnica, Rebelo discute detalhes dos projetos, nunca faz críticas diretas às obras e repete seguidamente que os projetos estão dentro do cronograma. Admite só pequenos atrasos.

"Comparando com a última vez que vim a Pernambuco, a parte norte da arena já está mais avançada e a parte sul, avançando", disse no dia 4 de junho, sobre a Arena Pernambuco, em risco para a Copa das Confederações.

"As obras estão dentro do calendário, porque um atraso de 1%, 2% não atrasa a entrega. Nós temos mecanismos para acelerar as obras", afirmou após visita à Arena das Dunas, que, para a Fifa, está em risco para a Copa.

Para justificar seu otimismo, Aldo desqualifica métodos de medição de projetos que apontem atrasos.

"As empresas e os consórcios que constroem um estádio nem sempre usam os mesmos critérios. Aparecem números diferentes porque fases possuem pesos diferentes. Quanto representa uma demolição? Uma fundação?", questionou Rebelo, pouco depois de a Folha divulgar relatório da Fifa indicando estado crítico de várias arenas.

Mas o ministro e a Fifa têm pedido a aceleração de obras. Para isso, estádios na Copa das Confederações aumentaram os gastos.

Rebelo também foi a arenas como a do Grêmio, o Estádio Rei Pelé (Maceió) e até o Municipal Grito da República, em Pernambuco. São candidatos a CTs de seleções.

Mas o ministro cancelou neste ano serviços da FGV (Fundação Getúlio Vargas) que media a execução das obras. Eram inspeções mensais, com engenheiros, e custo de R$ 10 milhões por ano.

Agora, as medições que mostram o estágio das obras têm se baseado nos dados das cidades e do COL. Ao final do mês, a Fifa e o ministério vão atualizar informações sobre os projetos, em reunião da cúpula da Copa-2014 no Brasil.

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