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Juca Kfouri

Coração na boca

Quem vem agora? O papão Boca Juniors ou a academia de bola da Universidad de Chile?

Que o jogo no Pacaembu, com 38 mil torcedores, esteve longe de ser um bom jogo de futebol nem é preciso dizer.

Quem viu, viu.

E houve quem visse sem ver.

E só aí é que o jogo não foi apenas bom, foi muito bom, extraordinariamente emocionante, embora as chances de gols possam ser contadas nos dedos de uma mão.

Mais que emocionante, na verdade, porque tenso, tenso até a medula.

O Corinthians fez quase tudo errado no primeiro tempo ao permitir que o Santos fizesse, no Pacaembu ensandecido, o que não fizera na Vila Belmiro.

Esperou demais o Santos em seu campo esquecido daquilo que Armando Nogueira ensinou: e o deus do estádio castigou quem o craque fustigou.

Neymar começou e acabou a jogada do gol santista, para sorte do Corinthians.

Porque exigiu que o Corinthians voltasse no segundo tempo para jogar ao seu estilo, coisa que se o gol tivesse acontecido mais para o fim do jogo teria sido impossível.

Por dessas ironias do futebol, Liedson entrou e sofreu a falta que levou ao empate no pé salvador, e irritantemente tranquilo de Danilo.

Agora é ver na noite de hoje, em Santiago, se o Boca Juniors, em busca do heptacampeonato da Libertadores, com 2 a 0 na frente, ou a Universidad de Chile, o estilo mais perto de Barcelona que temos no continente americano.

O que se sabe é que a primeira final corintiana na Libertadores será disputada no Pacaembu, no dia 4 de julho, por coincidência, o Dia da Independência americana e, quem sabe, também o que torne a vida corintiana livre dessa obrigação de ganhar o único título que lhe falta.

Este time alvinegro está longe de ser um time inesquecível, mas nunca esteve tão perto de se tornar um time inesquecível.

Coisas do futebol que é muito mais que um jogo disputado nas quatro linhas do gramado.

Outra vez ontem isso ficou provado, porque o que decidiu a vaga brasileira na final da Libertadores foram muito mais a alma e o coração, que pulsava na garganta e ameaçava sair pela boca, do que uma exibição digna de nota.

Tomara que contra os argentinos ou os chilenos, possamos ver mais beleza do que vimos ontem.

E tomara que o coração suporte um embate que parece ser o de um time contra o mundo.

blogdojuca@uol.com.br

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