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Paulista cria filial de torcida do Boca

LIBERTADORES
Facção brasileira da temida La 12 tem 35 associados, submetidos ao líder argentino da matriz

LEONARDO LOURENÇO
DE SÃO PAULO

Se a união de todas as outras torcidas do país já não fosse suficiente para vitaminar o apoio ao Boca Juniors, os rivais do Corinthians na Libertadores ainda terão seus próprios "hinchas" brasileiros para alentá-los na final.

Criada pelo paulista Rodrigo Alcântara há dois anos, a La 12-SP se intitula como filial da famosa barra brava da equipe de Buenos Aires, conhecida pela festa que faz na Bombonera, mas também pelos recorrentes problemas de seus membros com a Justiça.

Segundo Alcântara, o grupo brasileiro tem a aprovação do líder da La 12, Mauro Martín, de quem ganhou a bênção no amistoso entre Palmeiras e Boca, último jogo antes do fechamento do Parque Antarctica para reforma.

Não há obrigações financeiras com a matriz, que, segundo a Justiça argentina, busca receita através de extorsões e outros meios ilegais.

Mas Martín cobra os dados de qualquer torcedor que seja filiado à La 12-SP.

"Temos 35 sócios, quatro deles argentinos, que assinam uma ficha com foto. De tudo eu tiro cópia e mando para ele", conta Alcântara, que cobra R$ 25 para a confecção de carteirinhas e pede para que todos os associados participem do rateio dos custos para a compra de faixas e instrumentos da torcida.

O contato com os cabeças argentinos é bem restrito: só se chega a Mauro Martín através de um intermediário.

"Alguém da La 12 tem que te levar até ele", explica Alcântara, confirmando a aura mafiosa dos chefes da barra, que manteve seu poder mesmo sob a administração de Daniel Angelici, presidente do Boca, e sua política de priorizar os sócios do clube.

O cuidado tomado é pelas disputas internas na torcida, o que preocupa o brasileiro.

"Eu peço para nossos sócios se policiarem com o que falam e para quem falam. Não se sabe se são do grupo do Rafael Di Zeo", diz, citando o ex-líder da La 12, que perdeu o controle para Martín enquanto esteve na prisão, mas que tenta recuperar o posto.

Lá, esse tipo de situação geralmente é resolvido com derramamento de sangue.

Tal histórico não ajudou a facção paulista, que teve a regularização da La 12-SP vetada pelo Ministério Público.

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