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Juca Kfouri

Que chato!

Deve ser mesmo uma aporrinhação ver a Espanha ganhar tudo. Para os que perdem, é claro!

AS SETE COLINAS de Roma não resistiram aos primeiros 15 minutos da Fúria.

A Muralha Prandelliana (ou Aureliana, do Imperador Aureliano) caiu inapelavelmente quando o triângulo espanhol, Iniesta, Fàbregas e David Silva, concluiu belissimamente mais um tic-tac inspirado nos catalães.

Só que a Itália é a Itália e a Azzurra foi à luta bravamente e assumiu o controle do jogo ao ficar mais tempo com a bola e ao obrigar o goleiro Casillas a trabalhar intensamente.

A Espanha não é chata nem a Itália é burocrática, constatavam os torcedores em Kiev.

Cesare Prandelli, o técnico italiano, viu sua esquadra apertar os campeões mundiais e europeus durante quase 25 minutos, até que Xavi fez o papel de arco para a flechada impiedosa de Jordi Alba. Um gol aos 14, outro aos 41, porque quem sabe jogar com a bola o tempo todo sabe jogar também sem ela quando necessário.

Afinal, jogar sempre do mesmo jeito não é preciso, fazer gols é preciso. Diz uma velha máxima espanhola sobre jornalismo que redações aborrecidas fazem jornais aborrecidos.

Pois o sisudo e nada marqueteiro treinador castelhano, Vicente Del Bosque, parece ser um fiel seguidor da ideia e, ao contrário do que virou moda dizer mundo afora, a Fúria de monótona não tem nada.

A Espanha homenageia o jogo reverentemente e diverte ao ganhar com graça e talento de quem apareça pela frente, a ponto de dominar o mundo desde 2010 e a Europa desde 2008.

O feito inédito, definitivamente, não aconteceu por acaso.

Se o melhor do futebol espanhol é argentino, aponte um jogador da seleção que seja ruim.

Claro, alguém poderá dizer que o acaso fez nascer Xavi, Iniesta, Fàbregas, Casillas, Piqué, Sergio Ramos, Busquets, no mesmo país ao mesmo tempo. Não foi assim também com Gylmar, Djalma Santos, Carlos Alberto, Nilton Santos, Didi, Mané Garrincha, Pelé, Tostão, Rivellino, Gérson, no Brasil?

O segundo tempo foi menos empolgante porque, com 10 jogadores desde os 15, a Itália esmoreceu e tomou mais dois gols, de Fernando Torres e de Juan Mata, em seu primeiro lance: 4 a 0! Chato.

A Euro tem o bicampeão (tri) que merece.

TITE ILUMINADO

A coragem de Tite não foi a de botar Romarinho em campo. Mas a de tê-lo posto no banco.

blogdojuca@uol.com.br

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