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Fifa sabia sobre comissões e protegeu cartolas

DE SÃO PAULO

Outros membros da cúpula da Fifa sabiam sobre os pagamentos da ISL a João Havelange e Ricardo Teixeira. Mesmo assim, nada foi feito. A entidade chegou até a justificar esses subornos.

É o que fica demonstrado no documento da Justiça suíça tornado público ontem.

O atual presidente da Fifa, Joseph Blatter, era o secretário-executivo da entidade no período dos subornos. Tornou-se presidente em 1998. O cartola suíço não é citado no relatório judicial nem recebeu pagamentos.

"A descoberta de que a Fifa tinha conhecimento dos pagamentos de subornos para pessoas de seus órgãos não é questionada [na entidade]", disse o procurador Thomas Hildebrand.

Em outro trecho, testemunho do ex-chefe de finanças da Fifa revela que o pagamento de 1 milhão de francos suíços em suborno para Havelange foi depositado de forma equivocada na conta da entidade. O dinheiro foi transferido para a conta do brasileiro logo em seguida.

Um alto cartola da entidade -denominado no processo como P1- soube do caso. Há indicações de que P1 seria justamente Blatter.

Mas a Fifa, em nota, festejou a divulgação do dossiê da ISL. E tentou desvincular qualquer participação de seu presidente no caso.

"Nenhuma pessoa suíça envolvida", disse a entidade, citando trecho do documento judicial. "O nome de várias pessoas não acusadas e terceiras partes (...) não será revelado e continuará anônimo", relatou a Fifa, citando o documento.

Na ação, a Fifa diz que os pagamentos aos dirigentes são comissões pelos contratos e que não tentaria recuperar tais valores, como defendeu o procurador. (RM)

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