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Lúcio Ribeiro

Bastardos inglórios

Jogadores-atores, que simulam faltas na nossa cara, precisam ser expostos e ridicularizados

O título ia ser "Vai, coração", para tratar da parte final da trilogia sobre órgãos do corpo que teve aqui os episódios "Vai, Boca" e "Vai, Coxa", epílogo sobre as batalhas corintianas e palmeirenses que mobilizaram o corpo e também a alma dos rivais nas últimas semanas, acabaram em final feliz e já projetam mais emoções ainda para 2013.

Mas, como quero dar pitaco em outro assunto, deixo para os rivais de sangue só um trecho de livro do escritor inglês Nick Hornby, que explica algumas coisas sobre suas últimas conquistas: "O jeito com que nossos times jogam é irrelevante para a maioria de nós, da mesma forma que ganhar taças e campeonatos é irrelevante. Poucos de nós escolheram nossos clubes, eles foram simplesmente apresentados a nós; e, sendo assim, quando eles são rebaixados da segunda divisão para a terceira, vendem os melhores jogadores, compram jogadores que você sabe que não podem jogar ou lançam um chuveirinho 700 vezes na direção de um centroavante de 3 m de altura, simplesmente praguejamos, vamos para casa, ficamos agoniados por uma quinzena e depois voltamos para sofrer tudo isso de novo mais uma vez".

BASTARDO FINGIDO E SUJO

Deu asco o teatrinho com o qual o meia Lucas Lima, do Inter, cavou a expulsão do lateral Juan, do Santos. A sacanagem, suprassumo da "malandragem brasileira", deixou o Peixe capenga um tempo todo e ainda o privou de ter Juan no próximo jogo. Nem falta foi. No domingo, na Bahia, teatro de Ibson em jogada na área. Pênalti injusto para o Flamengo contra o Bahia, que levou à vitória carioca. Pode ter minado o emprego do técnico baiano.

Não discuto aqui erro de juiz. Mas sim o comportamento nocivo de jogadores "espertos", uma prática não exclusiva do Brasil, mas de grande valia por aqui. Nos EUA, já vi jogo em que uma torcida perseguiu um ator de chuteiras com gritos de "You dirty diving bastard", melódico, o tempo inteiro. "To dive" é mergulhar.

No Reino Unido, a simulação descarada é sentenciada na arquibancada, com sonora vaia durante toda a partida. Há poucos dias, o diário "The Sun" publicou a reportagem "Neymar pronto para a Olimpíada (mergulhando)", sugerindo uma outra modalidade a nosso craque, por causa de uma simulação besta contra o Grêmio, recentemente. O programa "Redação Sportv" criou ontem o Troféu Alberto Roberto (personagem canastrão de Chico Anysio) para eleger o jogador mais sacana do Brasileiro. Já que a prática se alastra e não é punida, vamos ver se o bom humor consegue ridicularizar a ação dos "divers". Bastardos!

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