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Fora da elite, atletas se realizam por ir a Londres

'Quero conhecer Cielo', diz africano que nadará em prova do brasileiro

LEANDRO COLON
ENVIADO ESPECIAL A LONDRES

A cada quatro anos, a véspera dos Jogos Olímpicos é contaminada pela expectativa em torno do pelotão de elite, os favoritos que vão levar alguma medalha, subir no pódio, bater recordes.

Na Vila Olímpica de Londres, porém, já chegou boa parte de atletas que só veio para disputar os Jogos.

São aqueles que não têm planos de voltar para casa com uma das 4,7 mil medalhas que estão trancadas num cofre da Torre de Londres.

Mesmo assim, treinam diariamente, alguns estabelecem suas metas, e outros celebram, cada um na sua circunstância, a Olimpíada.

Os 50 m livre, por exemplo, do campeão olímpico César Cielo, terão a participação do jovem Abdourahman Osman, 18, nascido no pobre e pequeno Djibuti, e de Ganzi Mugula, 33, de Uganda.

Ambos estão na Grã-Bretanha desprovidos de pretensões. "Queria conhecer o Cielo. Eu já o vi em Xangai no ano passado", disse Osman.

No sábado, Abu Rmilah, 28, desembarcou em Londres. É um dos cinco representantes da Palestina nos Jogos. Ele, que trabalha numa loja de roupas por US$ 400 (cerca de R$ 817) por mês, viajou pela primeira vez à Europa. Rmilah vai lutar judô no domingo (até 73 kg) sem preocupação com o resultado: "Meu sonho era estar aqui".

Aos 28, Edwin Ekiring, também de Uganda, está em sua segunda Olimpíada na disputa de badminton e diz que Londres é a grande experiência da vida dele. Para Gilles Marquet, das ilhas Maurício, Londres servirá para tentar, no máximo, melhorar seu desempenho nos 200 m livre.

METAS

Se há aqueles que não têm qualquer pretensão nas competições, há também o grupo de atletas, alguns da delegação brasileira, que não cria expectativa por medalhas, mas estabelece metas de colocação em 2012.

É o caso do brasileiro Daniel Xavier, 29. Ele passou o dia de ontem treinando no Lord's Cricket Ground para as provas de tiro com arco, que começam na sexta-feira. São dois turnos diários, um pela manhã e outro à tarde.

Após o treinamento, afirmou que, diante do que tem visto e sentido no dia a dia entre os concorrentes, dá para chegar pelo menos na terceira fase da disputa, o que o colocaria entre os 16 melhores entre 64 competidores.

Ele não faz parte das expectativas do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) para levar medalha. "Seria algo até palpável, mas depende de cada passo", disse Xavier. Hoje, ele é o 42º no ranking mundial.

Além do arqueiro, o COB busca boas colocações, sem planos de medalhas, em esportes como a canoagem, o levantamento de peso e a esgrima, entre outros.

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