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Juca Kfouri

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Olho no doping

A Wada, a agência que cuida de doping pelo mundo afora, está em estado de alerta permanente em Londres e já em franca preparação para a Rio-2016.

No último sábado foi oficializada a nomeação de Marco Aurélio Klein como Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem, o ABCD, ele que já é o secretário de Alto Rendimento do Ministério do Esporte.

A tarefa pela frente não é pequena e começa pela independência absoluta do COB. Trata-se de dar credibilidade e competência ao Ladetec, o laboratório nacional que há anos atua nesta área e que funciona, modestamente, na Ilha do Fundão, na UFRJ, não poucas vezes no passado influenciado pelo interesse de esportes mais poderosos como o futebol.

Para tanto, já está em andamento a construção de um novo prédio com 9.500 m² e a aquisição de equipamentos que permitam fazer cerca de 6.500 exames nos 15 dias dos Jogos do Rio, em 2016.

Para Klein, este será um dos maiores legados da Olimpíada. Ao contrário do laboratório montado em Londres, que, fruto de uma doação, será desmontado após os Jogos, o do Rio permanecerá como um dos 34 no mundo sob o selo da Wada­ -na América, há dois nos EUA e um no Canadá, Cuba e Colômbia. A inauguração está prevista para abril de 2016.

A Wada quer que, ao cabo das competições no Rio, assim como se deu em Sydney e Pequim, por mais medalhas que o país-sede tenha conquistado, não haja nenhum caso de doping, objetivo compartilhado pelo Brasil segundo os acordos internacionais que assinou.

O risco de tudo ficar nas boas intenções existe, como aconteceu com os esforços do governo federal em relação à violência das torcidas de futebol, embora agora envolva uma entidade que não brinca em serviço, exigente e cobradora, por mais que exagere em sua política draconiana e, muitas vezes, demagógica, no controle de dopagem.

O que se faz em relação às ditas drogas sociais é um excesso, e a exposição que se dá aos dependentes químicos é simplesmente desumana do ponto de vista médico e criminosa do ponto de vista judicial.

Mas que perdura porque serve ao discurso dos viciados cartolas em nome da pureza das competições, mesmo que certos campeões tenham suas culpas relevadas quando economicamente é conveniente ao sucesso de eventos como a Olimpíada.

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