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Juca Kfouri

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A casa é sua

Uma porção de surpresas espera o visitante na Casa Brasil, em Londres. Boas ou más?

CASA BRASIL, na Somerset House, à beira do Tâmisa, a um custo de cerca de R$ 23,15 milhões, você acha que pode ser coisa séria?

Para o jornalista escocês Andrew Jennings, em boa parte responsável pela divulgação dos subornos recebidos da ISL por Ricardo Teixeira e João Havelange, evidentemente, não! Até porque ele tem certeza de que o Brasil comprou a Olimpíada do Rio, como reiterou em recente, e excelente, reportagem de Mendel Bydlowski, da ESPN Brasil.

Jennings, cuidando do jardim de seu sítio no interior da Grã-Bretanha, perguntou desafiador, para a câmera: "Alguém que tenha uma Olimpíada para ver perderá seu tempo numa casa desse tipo?".

A pergunta fazia tanto sentido, apesar de coisa de outros 20 países terem iniciativas idênticas em Londres, que, passados uns bons dias da inauguração, lá fui eu disposto a ver quem tinha razão, se o bravo jornalista ou o governo brasileiro.

A primeira impressão não tem nada a ver com as nossas coisas ou com as coisas nossas, porque o imponente palácio neoclássico de fins do século 18 impressiona até de longe, que dirá de dentro, com sua alas de estilo vitoriano, inglesas até apagadas -e estavam acesas.

E foi com agradável surpresa, e é com mais agradável ainda prazer que conto, que gostei, e muito, do que vi. A casa não é o sucesso de público pretendido pelas sorridentes recepcionistas brasileiras, mas está longe de ser o fracasso imaginado pelo combativo colega.

Melhor, a arte nacional exposta e o país que se mostra encantam pela diversidade e pela surpreendente franqueza, que não esconde as mazelas brasileiras, como, mesmo que rapidamente, nossas favelas.

Mais: como se para provar a frase de Antonio Carlos Jobim, "o Brasil não é para iniciantes", é improvável que os muitos turistas que lá estavam não tenham se surpreendido com aquela boca negra e desdentada lendo tatibitate trechos da Constituição Federal de 1988 e se perguntado que diabo era aquilo.

Poderia terminar com um tom mais crítico, ao dizer que, por ironia, na primeira sala que entrei, alguém, que não identifiquei, cantava "tristeza não tem fim, felicidade sim". Mas seria só para disfarçar, difícil dizer, não apenas que gostei, pois já disse, mas que até me emocionei. Fui maus?

BASQUETERRÍVEL

A seleção brasileira de basquete participou de uma verdadeira pelada ginasiana na vitória mal ajambrada diante dos fracos britânicos num dos piores primeiros quartos da história do basquete olímpico.

Rubén Magnano deve estar com vergonha porque se sabe que o ouro já tem dono entre os americanos, há de saber também que, assim, o pódio não passará de desejo.

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