Surpresa, Brasil duela por 1º lugar contra russas em crise

Quando a seleção feminina se encontrar com a Rússia hoje na quadra da Caixa de Cobre do Parque Olímpico de Londres, as duas seleções estarão em situações jamais vista nos Jogos.

As brasileiras, quem diria, surfam uma maré de bons resultados, e um triunfo contra as russas as coloca na inédita primeira posição do grupo, tendo apenas que confirmar o favoritismo contra a fraca Angola, no domingo.

As russas estão em crise, que não vem de hoje. Começou no Brasil, em 2011. Ficou mais visível em Londres.

O técnico linha-dura Ievgeni Trefilov, 56, é o responsável por escancarar os problemas ao público nos Jogos.

"Muitas jogadores do meu time deveriam se aposentar", declarou, em russo, na coletiva de imprensa após a primeira rodada olímpica.

A equipe acabara de bater Angola por 30 a 27, o que o deixara transtornado. Na terceira rodada, após cair ante a Croácia por 30 a 28, Trefilov voltou a criticar as atletas.

"Essas meninas [russas] pensam que estão no céu. Mas elas estão aqui no chão. A pior coisa que tem é pensar ser o que não é", detonou.

O treinador que ataca agora é o mesmo que fez a seleção do país crescer. Trefilov deu à Rússia quatro títulos mundiais nas últimas seis edições do torneio. A base do time, a quem Trefilov fala em aposentadoria, é a mesma.

Mas os problemas começaram em 2011, em São Paulo. A Rússia terminou em sexto o Mundial após perder para o Brasil por 36 a 20. O quinto lugar foi o mais expressivo resultado para as brasileiras.

"Acho que nunca na história do handebol da Rússia ou da União Soviética elas perderam por uma margem tão larga", afirmou o dinamarquês Morten Soubak, técnico da seleção brasileira. "Mas aquele jogo foi há sete meses, não nos serve mais como parâmetro", disse Soubak.

O Brasil, por outro lado, vem de três triunfos. Bateu Croácia, Montenegro e Grã-Bretanha -sequência inédita para a equipe. (DANIEL BRITO)

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