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Protagonistas, Damião e Neymar se reinventam no Reino Unido

DO ENVIADO A MANCHESTER

A classificação do Brasil para a final olímpica passa pela reinvenção de dois dos seus atacantes titulares.

Leandro Damião, 23, chegou a Londres com números inaceitáveis para um camisa 9 da seleção brasileira: apenas um gol em dez partidas.

Vai deixar a Olimpíada com mais de um gol por jogo. "Nunca desisti, nunca me abalei, só trabalhei", disse.

Damião anotou dois gols ontem. Já havia marcado outros dois contra Honduras. Mais um contra Egito e outro diante da Nova Zelândia.

Com seis, é o artilheiro da Olimpíada. Mas não quer saber da premiação. "Ser goleador e ganhar a medalha de prata não vale nada."

Por causa de suas atuações irregulares, Damião chegou sob desconfiança da comissão técnica à competição. Contra Belarus, foi reserva.

"Mas tive o cuidado de só tirá-lo do time depois que ele fizesse um gol", contou Mano Menezes. "Só o fiz quando ele marcou contra o Egito. Aí sim, iniciamos com Pato."

Damião foi defendido por seus companheiros, em especial Neymar. "Claro que a gente passa por uns jogos em que fica todo mundo falando mal, mas ele tem cabeça boa e sabe do seu potencial."

Se Leandro Damião reafirmou sua especialidade durante a Olimpíada, Neymar acrescentou mais uma a seu já bastante vasto repertório.

Artilheiro da era Mano Menezes, o camisa 11 passou a ser tão armador quanto atacante. Ontem, entregou o passe para o primeiro gol de Damião e participou diretamente da jogada dos outros.

"Meu papel aqui é ajudar a seleção, com gols, assistências, de qualquer jeito eu fico feliz", disse Neymar.

Mano Menezes se congratulou pela mudança de estilo de seu jogador mais pop.

"Uma vez falei, e não fui muito compreendido em terras nacionais, que a necessidade te obriga a encontrar outras soluções", disse. "Enfrentar equipes que não te oferecem espaços obrigaria Neymar a jogar diferente."

O técnico já havia criticado o jogador por insistir demais em jogadas individuais.

"Não é possível pegar a bola, colocar o pé em cima, porque logo você não tem mais a bola, não tem opção", discursou o técnico. "E toda vez que se parte para o drible, que é tão bonito, você reduz sua capacidade de passar, porque escolheu o drible."

Para o treinador, "achar o equilíbrio" é que pode tornar Neymar um jogador "ainda melhor" do que ele já é.

"Dribla em velocidade, tem capacidade para dar assistência, não se esconde nos momentos difíceis." (MF)

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