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Juca Kfouri

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Imagine no Rio

O que mais se ouve entre nós, brasileiros, em Londres, é a preocupação sobre 2016

A OLIMPÍADA começa a acabar e o saldo é positivo do ponto de vista de quem veio cobri-la e viu uma estrutura enxuta, austera, sem luxos desnecessários e, às vezes, até imprópria para receber, por exemplo, os astros da NBA, como o ginásio desmontável de basquete da Vila Olímpica, usado na primeira fase.

Pois foi voltando do longínquo e adequado palco da fase final do basquete, já madrugada adentro, que me peguei pensando às margens do Tâmisa, diante da paisagem de cartão-postal da Torre de Londres, do Big Ben, de Westminster, da roda-gigante, sobre aquilo que mais se escuta entre os brasileiros por aqui, preocupados com 2016.

Como será no Rio?

A primeira resposta é fácil: cartão-postal por cartão-postal, por mais bela que a capital inglesa seja e é, a Cidade Maravilhosa é mais.

Penso no jornalista inglês voltando pela lagoa Rodrigo de Freitas, ou por Copacabana, Arpoador, Ipanema, Leblon, ou pelo Aterro do Flamengo, ou pela Barra, e o imagino contemplando o Pão de Açúcar, o Corcovado, sentindo a tensão permanente entre a montanha e a arquitetura da cidade com edifícios para todos os gostos e não tenho dúvida: ouro para o Rio.

Penso na festa da abertura e, sem comparações, não há por que temer que não façamos bonito. As instalações estarão prontas, modernas, adequadas, provavelmente mais luxuosas que as londrinas. Quem gosta de miséria é intelectual.

Superfaturamento? Corrupção? Falta de transparência? Não, não se ouve falar disso em Londres.

Além de se ler e sentir o resgate do orgulho britânico pelo desempenho no quadro de medalhas, atrás só dos superpoderosos China e EUA.

Haverá uma relação entre uma coisa e outra, entre a organização dos Jogos e o resultado esportivo?

Se houver, aí sim estamos em franca desvantagem.

Nosso resultado está pífio até para os objetivos pífios do COB que, ao mesmo tempo, tomou para si a empreitada de organizar os Jogos. E se não há por que acreditar que saltemos de uma posição acima do 20º para ficar entre os dez em quatro anos (ao menos se a gestão permanecer como está), pior será deixar nas mesmas mãos a organização da Olimpíada -risco enorme de manchar gravemente nossa imagem.

Dilma Rousseff, mineiramente, já lavrou um tento ao se livrar do pior empecilho com relação à Copa do Mundo de 2014 no país.

Seu famoso perfil gerencial precisa entrar, à gaúcha, imediatamente em ação, se não para melhorar o panorama esportivo, ao menos para preparar o Rio de Janeiro,

e o país, da maneira como nossos impostos merecem. Como está será fracasso na certa.

Sim, sem fulanizar, falo de Carlos Arthur Nuzman. Até quando?

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