Índice geral Esporte
Esporte
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

COB mira esportes individuais para ter mais pódios no Rio

Comitê sinaliza mudança na distribuição da Lei Piva para que modalidades já consagradas recebam menos

DOS ENVIADOS A LONDRES

Após investir R$ 100 milhões a mais em verba da Lei Piva no ciclo olímpico atual, o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) teve como retorno só duas medalhas a mais do que em Pequim: 17. Para a Rio-16, aumentará o investimento em esportes individuais para tentar ampliar o leque de modalidades que dão medalhas.

Os 17 pódios em Londres extrapolam em um a meta traçada pelo comitê -16.

"Calculamos o que era possível, queríamos mais", reconheceu ontem o superintendente do COB, Marcus Vinícius Freire. "Mas projeção é uma questão matemática, e não tem ninguém no Brasil que entenda mais de medalhas do que o COB."

No momento em que a pergunta foi feita, o presidente do comitê, Carlos Arthur Nuzman, havia saído para participar de uma reunião do COI.

O governo federal esperava melhor desempenho do país: entre 18 e 23 medalhas. O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, falou em 20.

O comitê divulgou ontem que a Lei Piva repassou R$ 331 milhões para a entidade e as federações prepararem os atletas para Londres nos últimos quatro anos. O valor tem descontados impostos e verba destinada às olimpíadas escolares e universitárias.

No ciclo de Pequim-08, o COB recebeu R$ 230 milhões.

O número de brasileiros em finais caiu de 41 para 35.

Países como Austrália, Grã-Bretanha e Alemanha, gastaram mais no atual ciclo, segundo o COB. Respectivamente, cerca de R$ 1,7 bilhão, R$ 2 bilhões e R$ 3,8 bilhões.

O Brasil gastou quase R$ 2 bilhões de investimento no esporte neste ciclo olímpico. A cifra abarca o Bolsa-Atleta, repasses da Lei Piva, patrocínios estatais e recursos vindos diretos do governo.

"O que aconteceu foi uma pulverização dos países que ganharam medalhas. Não é algo que dá para comprar, senão iríamos à feirinha, já que aqui em Londres tem tantas, e compraríamos um monte."

O COB quer, pensando em 2016, investir em esportes individuais, que crê terem potencial, como canoagem, ciclismo BMX, boxe e ginástica. "Precisamos aumentar a cesta, criar novas chances de medalha. Apostaremos em 18 esportes para ver pelo menos 13 virarem", disse Freire.

O dirigente indicou que essa reengenharia passaria por mudanças radicais na distribuição da verba da Lei Piva.

"Os esportes coletivos, caso do vôlei, do futebol e do basquete, já contam com patrocínios fortes. Vamos fazer um trabalho com esportes que ainda não medalharam."

O COB desenha, ainda, trabalho a longo prazo que ultrapassa o Rio, com golfe, rúgbi e hóquei sobre a grama como principais candidatos.

O COB dividiu com as confederações a responsabilidade pela campanha londrina.

A operação olímpica de Londres-2012 custou no total R$ 11,6 milhões.

(EO E SR)

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.