Depoimento

Eu só sinto diferença na recuperação

Sinceramente, acho que não mudou quase nada. Sempre treinei com os outros, continuo acompanhando todo mundo, saio inteirão das partidas. A única coisa que sinto de diferente é minha recuperação. Antes, eu já ficava bom no dia seguinte ao jogo. Agora, preciso de dois dias.

Quando voltei do Qatar, precisei só de três semanas de treino para jogar. Depois, só fui desfalcar o Grêmio contra o Náutico, mas é porque eu estava suspenso.

Nunca tive uma lesão muscular, dessas de romper o músculo, nem sei o que é isso. E olha que quando eu era mais jovem, era rápido. Tem isso também, não é que fiquei lento, mas a minha explosão era maior.

Acho que esses jogadores jovens se machucam muito porque vão para noitadas, dormem pouco. Eu durmo de sete a oito horas. Não tomo álcool, refrigerante, só quando levo minhas filhas a uma festinha infantil.

Mas comer, como de tudo, só não esse McDonald's.

O bom é que a gente consegue influenciar os jovens a seguir o caminho certo.

Sempre chego uma hora antes do treino para fazer fortalecimento muscular. No começo, ficava sozinho na sala de musculação. Agora, sempre tem uns quatro ou cinco garotos comigo.

Dentro de campo, a gente tenta orientar os mais novos no posicionamento. Não é passar por cima do técnico, mas, por experiência, a gente consegue entender rápido mudanças dos rivais.

Experiência vale muito. Os veteranos que jogam aqui têm mais qualidade técnica que a média. É só ver o quanto o Palmeiras caiu sem o Marcos Assunção e o Vasco piorou sem o Juninho.

Os veteranos são importantes. É só ver o momento da seleção. Lógico que tem que renovar, mas é preciso uma base mais experiente. O que falta é trazer três ou quatro jogadores da última Copa, que passaram dos 30.