Índice geral Esporte
Esporte
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Brasil recebe menos por amistoso hoje do que embolsava há 6 anos

SELEÇÃO
Empresa árabe com sede nas ilhas Cayman agencia e escolhe adversários até 2022

SÉRGIO RANGEL
DO RIO

Renovado até 2022 por US$ 1,05 milhão (R$ 2,12 milhões) por amistoso, o atual cachê oficial da seleção brasileira é menor que o de 2006. Pelo acordo firmado com a suíça Kentaro pouco antes do Mundial da Alemanha, a CBF recebeu US$ 1,2 milhão (R$ 2,42 milhões) em cada uma das cinco partidas agenciadas pela empresa naquele ano.

A Folha teve acesso ao documento assinado em abril de 2006 por Marco Antonio Teixeira, então secretário-geral da entidade. Na época, a CBF tinha o poder de vetar o adversário escolhido pela empresa. Agora, apesar do valor menor que recebe por amistoso, isso não acontece.

Logo após o final do acordo com os suíços, que fizeram uma proposta de renovação com o mesmo valor por jogo, Ricardo Teixeira, então presidente da CBF, decidiu trocar de parceiro e negociou as partidas por valores menores.

No primeiro contrato, que se encerrou no ano passado, a árabe ISE (International Sports Events) pagava US$ 805 mil por partida para os cofres da entidade. O valor era 32,9% menor do que o acertado com a Kentaro.

No ano passado, a empresa da Arábia Saudita -sediada nas ilhas Cayman, um paraíso fiscal- aumentou o cachê da seleção para US$ 1,05 milhão (12% menos que o valor pago pelos suíços) por amistoso. Mesmo pagando menos, teve a prorrogação do acordo por mais 11 anos.

Após o término do contrato, a Kentaro tentou a renovação por mais dois anos (que contemplava 20 partidas), mas não teve sucesso. Ofereceu US$ 1,2 milhão por partida, mas Teixeira quis fechar por menos com a ISE.

Os árabes têm direito de organizar jogos da seleção brasileira até a Copa do Mundo de 2022, que será no Qatar. A ISE também tem o poder de escolher os adversários da seleção. Organizou, por exemplo, amistosos com equipes inexpressivas como Gabão e Costa Rica. Em outubro, o Brasil enfrentará o Iraque.

Na semana passada, o presidente da CBF, José Maria Marin, revelou à Folha que a marcação dos jogos do time de Mano Menezes precisa passar pelo crivo da ISE.

A empresa foi apresentada a Teixeira por Sandro Rosell, presidente do Barcelona e amigo do cartola.

Rosell é investigado pelo Ministério Público do Distrito Federal por seu envolvimento no amistoso entre as seleções do Brasil e de Portugal em 2008, quando recebeu R$ 9 milhões do governo do DF para organizar o jogo.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.