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Nuzman se reelege e prevê ficar após a Olimpíada do Rio

COB
Dirigente deve superar até João Havelange em tempo no comando de entidade esportiva no Brasil

SÉRGIO RANGEL
DO RIO

O presidente do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), Carlos Arthur Nuzman, 70, foi reeleito ontem para mais quatro anos no cargo.

Ele deixou claro que não pretende abandonar o poder após os Jogos do Rio.

Se conseguir a quinta reeleição depois da Olimpíada, ele superará João Havelange como o mais longevo cartola brasileiro em cargos de comando no esporte.

Nuzman está há 17 anos na presidência do COB.

Antes, havia comandado a CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) durante 22 anos -entre 1975 e 1997.

Havelange presidiu a CBD (Confederação Brasileira de Desportos, antiga CBF) e a Fifa, somando 42 anos.

O ex-sogro de Ricardo Teixeira dirigiu a CBD de 1956 a 1974. Depois, comandou a Fifa por 24 anos, de 1974 a 1998.

"A motivação agora é maior por causa do comprometimento de entregar os Jogos Olímpicos. Estou focado neste trabalho", afirmou Nuzman ontem, após a eleição.

"Depois de 2016, nós conversamos sobre o que vai acontecer. O futuro é que vai dizer", emendou o cartola.

A quarta reeeleição de Nuzman entra em conflito com o desejo do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, que defende a alternância de poder nas confederações esportivas.

Nuzman afirmou que não se sente acuado por causa das críticas do ministro.

"Ninguém deve se sentir incomodado com nada. Democracia e opinião são liberdades dadas. Mais importante do que discutir tempo de mandato é avaliar qualidade de gestão, o que incluiu suas conquistas e realizações", disse o dirigente, que foi reeleito por 30 votos, com apenas um contrário.

Apesar de prolongar-se no poder, Nuzman ainda está longe do dirigente com mais tempo na presidência do COB. Sylvio de Magalhães Padilha comandou a entidade por 27 anos (de 1963 até 1991).

A eleição de Nuzman contou com a presença de Havelange, um de seus ídolos.

Foi a primeira aparição pública do ex-presidente da Fifa desde que recebeu alta do hospital, em maio.

Havelange ficou internado durante mais de dois meses por causa de uma infecção no tornozelo direito.

Membro nato do comitê, Havelange votou ontem em Nuzman e cometeu uma gafe no final do pleito. Depois do anúncio do resultado, ele pensou que havia votado contra o cartola ao marcar "sim" na cédula, mas foi corrigido pelos demais eleitores.

O voto de oposição, na verdade, foi dado pelo presidente da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo (CBDG), Eric Maleson.

Ele denunciou operações bancárias suspeitas do COB e a tentativa do comitê de forçá-lo a contratar profissionais indicados pela entidade.

A eleição de ontem ocorreu duas semanas depois de o Comitê Rio-2016, que também é presidido por Nuzman, demitir nove funcionários.

Eles foram acusados de furto de documentos dos organizadores dos Jogos de Londres, encerrados em agosto. "Não tem nenhum inconveniente presidir as duas entidades", afirmou o cartola.

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