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Marcos Assunção arrisca o joelho para fugir da degola

PALMEIRAS
Volante veterano não se recuperou adequadamente de cirurgia

RAFAEL REIS
ENVIADO ESPECIAL A ARARAQUARA

Marcos Assunção coloca a bola no chão, dá alguns passos para trás, corre e chuta em direção à meta ou à cabeça de algum companheiro.

A jogada que mais rende chances de gol ao Palmeiras só deve se repetir contra o Cruzeiro, hoje, devido à insistência do capitão da equipe.

Aos 36 anos, o volante decidiu ignorar as dores crônicas que sente no joelho direito para ajudar o time paulista a sobreviver na Série A.

O derrame articular e o cisto que provocam a inflamação e o inchaço que transformam cada escalação de Marcos Assunção em um suplício são, em parte, resultado da escolha do jogador.

"Ele não teve o tempo suficiente para se recuperar da cirurgia", afirma o gerente de futebol César Sampaio.

Marcos Assunção passou por uma artroscopia para correção de ruptura do menisco em 21 de agosto. Deveria ter ficado parado de 30 a 40 dias. Mas, já em 16 de setembro, ele enfrentou o Corinthians.

"Ele tem um processo inflamatório normal na fase pós-cirúrgica. O problema é que ele não tem tempo de fazer um bom fortalecimento muscular", explica o médico do clube Vinícius Martins.

Desde a derrota por 2 a 0 no clássico, apesar do reforço, o Palmeiras disputou outras sete partidas. E seu capitão, mesmo debilitado, foi desfalque em apenas duas.

Em alguns desses jogos, atuou sob efeito de infiltração (aplicação de medicamento no local da lesão), para suportar as dores.

No meio da semana, era tratado como desfalque contra o Bahia. Mas insistiu com os médicos, viajou para Salvador e jogou os 90 minutos da vitória que reduziu para seis pontos a desvantagem de seu time para o primeiro rival fora da zona de degola.

"Foi uma demonstração de amor. O Assunção chegou a me dizer que poderia estourar os dois joelhos, mas que não ficaria fora daquele jogo de jeito nenhum", conta o presidente Arnaldo Tirone.

Após o jogo, o volante falou que só desfalcará o time se a dor for insuportável.

"Estamos controlando a situação. Se ele está jogando é porque tem condições", afirma Martins.

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