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Juca Kfouri

Comparar sem parar

É da natureza humana fazer comparações, mesmo as mais sem sentido e despropositadas

DI STÉFANO OU PELÉ?

Pelé ou Maradona?

Messi ou Pelé?

Desde que me dou por gente que ouço gente fazendo essas perguntas, fazendo comparações entre o gênio brasileiro e os três gênios argentinos.

Único denominador comum? Ele, Pelé. O que por si só já deve dizer alguma coisa.

A favor das duas primeiras comparações está que os três foras de série já encerraram suas carreiras, diferentemente de Lionel Messi com, no mínimo, e tomara, mais dez anos pela frente.

Alfredo Di Stéfano jogou até os 40, e Pelé e Diego Armando Maradona jogaram até os 37.

Nem Di Stéfano nem Maradona têm números que se possam comparar ao do Atleta do Século 20, mas isso também não tem tanta importância, embora não seja pouco apontar os mais de 1.280 gols do Rei e seus cinco títulos mundiais.

(Por favor, não me venha com os gols contabilizados para Pelé pela seleção do Exército: foram só 15. Se quiser, tire-os da contagem.)

Messi pode vir a superá-lo sem ter todas essas marcas, por tão espetacular que é, tão eficaz e participativo tem sido ao longo das temporadas que disputa com brilho extraordinário.

Messi pode, por herético que pareça. Pode, mas ainda precisa mostrar que é tão completo, capaz de tantas proezas e por tanto tempo.

Simples assim.

Até lá, continuarão as comparações, como até hoje há quem discuta se Emilinha Borba cantava melhor que Marlene, se Fred Astaire dançava mais que Gene Kelly ou se Zico era superior a Sócrates, apesar de Falcão ser ainda mais jogador que ambos.

Aliás, tomara que Messi continue a dar motivo para as comparações, o que apenas fará a delícia de quem não perde jogos dele.

Delícia ainda maior ainda para quem também não perdia os do Rei Pelé -modestamente, situação deste que vos escreve.

STF X STJD

Porque é da vida fazer comparações e ter aspirações.

Por exemplo: nada mais natural que um grande jurista querer fazer parte do Supremo Tribunal Federal. Já os medíocres aspiram o Superior Tribunal de Justiça Desportiva.

E são capazes de cogitar punir um clube porque seus torcedores protestaram, mesmo por complexo de perseguição, contra o reconhecido baixo nível das arbitragens.

Mas um procurador despreparado, que queira aparecer para ganhar clientela desavisada, é capaz de ir a um canal de TV e dizer que apenas denuncia, não julga, como se fosse obrigado a fazer a denúncia, o que até os bedéis das escolas de direito sabem não ser assim.

SEM NOÇÃO

O que não se pode comparar é o Palmeiras de hoje com os dos anos 90, dos tempos da cogestão, quando era gerido por profissionais.

A ida a Bogotá para ser humilhado pelo Millonarios é prova disso e pode ter graves consequências já depois de amanhã, em Porto Alegre, contra o Inter. Não teve ninguém com autoridade nem para convencer Barcos a não ir.

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