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Juca Kfouri

Barcelona a bangu

O tricolor paulista promete, mas não cumpre. Como o carioca que, pelo menos, ganha

RENÉ SIMÕES chegou ao São Paulo para implantar uma fábrica de craques em Cotia, como a La Masia, no Barcelona.

Projeto que, menos de dez meses depois de sua chegada, parece apenas uma rima, longe da solução prometida com pompa e circunstância.

Porque Simões foi embora e, excessivamente discreto, deixou no caminho toda sorte de especulações.

Desde o choque com o estilo autoritário que impera no São Paulo, o menor dos pecados, até o de sempre em quase todos os clubes brasileiros -o poder dos empresários.

O que apenas confirma o que vem acontecendo pelos lados do tricolor paulista não é de hoje, cada vez mais igual aos demais, em alguns aspectos até pior, ultrapassado que tem sido, por exemplo, pelo rival Corinthians em muitas iniciativas.

A sorte do São Paulo, por enquanto, é o silêncio meio cúmplice de quem sai, mais preocupado em não se queimar no imundo mundo dos bastidores do nosso futebol, como já ocorreu, tempos atrás, com alguns grandes ídolos são-paulinos. O abalo nas categorias de base não deve ficar só por lá porque, dadas as ótimas relações entre Simões e Ney Franco, a confiança do técnico do time principal na direção certamente não é mais a mesma.

Enquanto isso, o Fluminense, cuja estrutura é ainda deficiente apesar das promessas que demoram a ser cumpridas, comemora dois títulos brasileiros em três anos, prova de que, antes de mais nada, quem resolve é o jogador, coisa que o tricolor carioca tem de sobra, tanto que acaba de ter quase meio time convocado para a seleção brasileira -só não teve mais da metade porque Wellington Nem está machucado.

Aliás, como é dura a vida de técnico da seleção brasileira. Mano Menezes apanhou por não convocar Diego Cavalieri e Fred e, agora que os convocou, apanha dos teóricos da conspiração por convocá-los, prova de que teria protegido o Flu para facilitar a conquista do título.

MÁ MEMÓRIA

Aos 80, José Maria Marin revelou ao jornalista Fernando Rodrigues que nem se lembra em quem votou para presidente dois anos atrás. Assim, não espanta que tenha se esquecido da medalha que pôs no bolso, das viagens que fez, das conversas que teve e, sobretudo, dos discursos cúmplices da ditadura que levaram à prisão e morte de Vladimir Herzog, classificados como "intrigas", apesar de publicados no "Diário Oficial" do Estado e republicados em meu blog do UOL.

Marin, é compreensível, quer esquecer o passado e não sabe o que fazer no presente com vistas ao futuro, pois argumenta que o calendário do futebol brasileiro não pode se adequar ao mundial por sermos um país continental, como se a Rússia também não fosse. O cartola confunde tempo com espaço. Razão pela qual, faz tempo, nosso futebol tem ido para o espaço.


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