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Juca Kfouri

Quarta majestosa

A atual maior rivalidade paulista se encontra de manhã e à noite, no Japão e no Brasil

QUARTA-FEIRA começa com Corinthians e acaba com São Paulo, num Majestoso diferente.

Pode ser inesquecível para o tricolor caso o alvinegro caia diante do fraco Al Ahly egípcio e o Morumbi festeje a Copa Sul-Americana contra o frágil Tigre argentino.

Mas pode ser também que uma vitória corintiana, pela manhã, no Japão, transforme o jogo do rival numa decisão da série B continental, à noite no Brasil.

Porque na cabeça do torcedor, não há meio tom: é preto ou branco, branco ou preto, com o perdão do verde, do vermelho, do azul, até do amarelo.

O Nacional (tradução de Al Ahly) do Egito não mete medo, mas mete. Perderia sete em dez jogos contra os brasileiros. No máximo empataria dois e ganharia um.

Por isso mete medo, porque pode ganhar exatamente o jogo que não pode ganhar, o de depois de amanhã -como o papão São Paulo empatou duas vezes contra a bizarra equipe equatoriana Liga de Loja.

Este Mundial de Clubes é assim.

Tem o jogo do medo.

O jogo que todos acham obrigatório vencer, e vexaminoso perder, antes de ter o jogo do charme, o que caracterizou a Copa Intercontinental de 1960 a 2004, entre o campeão europeu e o sul-americano.

Principalmente a partir de 1980, quando passou a ser disputado sempre em Tóquio, acabando com o justo temor dos europeus em jogar na Argentina e no Uruguai, embora tenham sido vítimas também no Brasil, em 1963.

Há consenso em torno de que os europeus não dão pelota para este Mundial, o que, também, é problema deles. Mas nem é completa verdade, só meia.

De fato, eles não ligam antes, são profissionais durante e variam de postura depois, conforme o resultado. Se perdem, continuam sem dar bola. Se ganham, festejam e são, na maioria das vezes, recebidos como heróis em suas cidades.

Desde que a Fifa organiza o torneio, os sul-americanos ganharam os três primeiros, e os europeus, os cinco seguintes, com festas em Milão para Milan e Inter e duas vezes em Barcelona. Só Manchester é que não se entusiasmou muito com a façanha do United, talvez porque contra a LDU de Quito.

Esta é a primeira vez que um time sai do Brasil com perspectivas semelhantes às do campeão europeu, porque São Paulo, Inter e Santos atravessaram o oceano como azarões.

Há, no entanto, os egípcios e os mexicanos, do Monterrey, no caminho, o que tira muito do glamour do antigo embate -e acrescenta em representatividade.

Representatividade que no futebol é alguma coisa conferida muito mais pelas cabeças dos torcedores do que pela formalidade dos cartolas, razão pela qual a Copa dos Campeões e a Libertadores têm mais graça e mais drama, muito embora pareça verdade que depois da invasão corintiana no Japão o Mundial da Fifa jamais será o mesmo.

Se o bi vier, então, nem se fale.


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