Motor

Um país com apenas 14 pilotos na escola

Foram 23 os capacetes que desfilaram pelo circuito de Abu Dhabi nos últimos três dias, no que a FIA batizou de "teste para jovens pilotos".
Nem todos são jovens, diga-se. A única exigência era que os inscritos não tivessem corrido mais que três GPs.
(Gary Paffett, 30, foi o encarregado de andar dois dias com a McLaren, clara demonstração de que o time está mais interessado em desenvolver carro que em lapidar algum talento. Pena.)
De qualquer forma, são todos postulantes à F-1, estão todos sob observação, a um degrau do aprazível alvo. Num universo tão grande de escolhas, e tão significativo de escolhidos, apenas um brasileiro: Luiz Razia.
E uma constatação: a crise, cantada há anos neste e noutros espaços, chegou.
Não era previsão difícil, que exigisse coragem ou conhecimento sobrenatural.
Com o kart custando cada vez mais caro, com a falência das categorias de base, com o descaso das montadoras e dos patrocinadores, com o desleixo em relação a tantos autódromos e com a inoperância crônica da CBA, não poderia dar outra coisa.
É lógica pura: quanto menos pilotos correm na base, menos alcançam o topo. Na última etapa da F-Futuro, no Velopark, o grid era composto por sete pilotos. Na F-3, em Brasília, outros sete.
Dono de oito títulos na F-1, o Brasil tem, em novembro de 2011, 14 pilotos em categorias de base de monopostos -não dá para considerar ligas regionais com carros velhos. É isso, mais nada, acabou.
Em 2001, apenas a F-3 tinha 18 pilotos. Em 1991, eram 24. Sem contar a questão técnica.
Há 20 anos, eram três marcas de chassis à disposição do aprendizado da garotada. Há 10, eram duas. Hoje, apenas uma, Dallara.
Nada indica que isso vai melhorar. Pelo contrário.
Some isso à perspectiva dos brasileiros hoje na F-1...
Dá para ouvir o tique-taque da bomba-relógio?

NOVO CARRO
É assim o carro que Nelsinho Piquet acelera a partir de hoje em Homestead. Será sua estreia em ovais pela Nationwide, a segunda divisão da Nascar