São Paulo, quarta-feira, 01 de janeiro de 2003

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TÊNIS

Sopro de otimismo

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

Quase impossível encontrar neste primeiro dia do ano um pessimista. Sim, nada será fácil. Mas quem não se rende ao sopro de otimismo que toma conta nesta época do ano? No tênis, existem motivos de sobra para acreditar que a temporada será mais emocionante, vibrante, feliz.
Finalmente teremos Gustavo Kuerten com força total. Só isso seria suficiente para deixar mais do que otimista o fã do tênis. Após um ano de dúvidas, uma cirurgia, chega a hora de ver em ação o super-herói do tênis nacional.
Não só isso: o brasileiro fez uma pré-temporada como há anos não fazia, o que o coloca, sem nenhum exagero, entre os favoritos ao título do Aberto da Austrália, daqui a duas semanas.
Mais que isso: teremos Gustavo Kuerten em Wimbledon neste ano. Precisa dizer mais?
Além do surfista do saibro, André Sá e Flávio Saretta abrem uma temporada com boas expectativas. Agora definitivamente entre os cem do mundo, não têm outro caminho a seguir senão avançar mais nos torneios e subir mais e mais no ranking mundial.
Ainda em quadra teremos a presença ilustre de Pete Sampras neste ano. Ele poderia ter encerrado a carreira quando passou por um inédito jejum de títulos; poderia ter se aposentado quando quebrou o jejum de título, nos Aberto dos EUA; poderia ter parado quando nasceu seu filho. Mas, viva!, continua jogando.
Fora das quadras, aumenta o cerco ao doping. Mais exames serão feitos, mais tenistas serão surpreendidos e gentilmente convidados a colher material, mais limpo ficará o esporte.
Por aqui, enfim, um circuito infanto-juvenil organizado pela própria Confederação Brasileira de Tênis, com oito etapas e um Masters. Em vez de levar as etapas para lugares como São Paulo, Rio, Rio Grande do Sul, o circuito vai para o Maranhão, o Amapá, o Rio Grande do Norte, o Mato Grosso do Sul.
Bem-vindo, ano novo!
 
Não só esta coluna: muita gente boa espera, quer, promete o melhor para 2003.
Nelson Nastás, presidente da CBT: "Vamos dar continuidade ao trabalho de base que estamos desenvolvendo".
Fernando Meligeni: "Estou cada vez mais exigente comigo mesmo; quero mais títulos neste ano que está começando. Corra você também atrás dos seus sonhos".
André Sá: "Espero ficar livre de lesões para disputar os torneios e ter uma ótima temporada".
Nanda Alves, número um no feminino: "Saúde, determinação, confiança, coragem, sorte...".
Alexandre Bonatto, em transição para o profissional: "Espero ter o mesmo crescimento que obtive em 2002 e, como presente, vencer um ATP".
Carlos Bernardes, um dos melhores árbitros do mundo: "Espero que os dirigentes se organizem e não pensem só em ter mais Gugas ou Meligenis, mas em tirar crianças da rua".
Lucas Engel, juvenil: "Espero apoio das pessoas influentes, a formação de uma equipe de treinamento, viajar para jogar e ter mais torneios em nosso país".
Miriam Dagostini, ex-tenista, de mudança para o Rio: "Alguma mulher entre as top cem, os meninos com seus ótimos resultados, mais torneios profissionais aqui e mais patrocínios para as categorias juvenis. Bastante coisa, né?".

Rolou
O circuito profissional já começou. Três torneios abriram o calendário na segunda-feira: Adelaide (Austrália), Doha (Qatar) e Chennai (Índia). Isso significa que na próxima segunda-feira já tem novo ranking mundial, nova Corrida dos Campeões...

Está rolando
O parque Villa-Lobos, em São Paulo, recebe o melhor torneio deste início de temporada. O torneio, da série challenger, tem bons tenistas, como Meligeni e Sá, e vai até o domingo, com entrada franca.

Vai rolar
O circuito infanto-juvenil da CBT começa em abril, no Paraná. Vai do dia 7 ao dia 13. Depois é a vez de Maranhão (maio), Mato Grosso do Sul (junho), Rio Grande do Norte (agosto), Bahia (agosto), Pernambuco (outubro), Minas Gerais (outubro) e Amapá (novembro). O Masters terá seu local definido durante o semestre.

E-mail reandaku@uol.com.br



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