DA REPORTAGEM LOCAL

A organização da São Silvestre diz que não pode aumentar o número de participantes pela falta de espaço na avenida Paulista. Também pudera.
O palco da largada e da chegada da prova paulistana virou, por causa da festa de Réveillon, um imenso bar, que é abastecido e começa a funcionar justamente quando os mais de 20 mil atletas se concentram para o início da São Silvestre.
São dezenas de barracas montadas por uma cervejaria por praticamente toda a avenida Paulista -além de cerveja (a convidativos R$ 3 a lata com quase meio litro) e refrigerantes, as opções de comida se resumiam a salgadinhos industrializados. Além das barracas, ambulantes "oficiais" também tomavam conta do asfalto para vender as latas de bebida.
Mas o pior para os atletas era dividir o já exíguo espaço nas pistas da via com caminhões, quase todos muito velhos e soltando fumaça, que faziam a entrega de milhares de caixas de cerveja nas barracas.
Cerca de 15 minutos antes da largada da prova feminina, três deles estavam estacionados, para fazer as entregas, bem ao lado de onde uma multidão de competidores amadores se espremia para iniciar a corrida.
Um caminhão rodava por outra pista, com muitas reclamações dos atletas. O ajudante do motorista resolveu ironizar, perguntando se o que iria acontecer ontem era a Parada Gay.
Mas o "grande bar" que virou a avenida que é o símbolo da São Silvestre não era a única coisa a dividir o espaço com os corredores. Além dos veículos da entrega de cervejas, quase duas dezenas de caminhões dos Correios estavam estacionados na Paulista -serviram como guarda-volumes dos atletas.
Uma equipe de divulgação de "Lula, o Filho do Brasil", que estreia hoje nos cinemas, entregava panfletos promovendo a fita e carregava faixas para divulgar o filme sobre a vida do presidente da República.
Para aumentar o número de competidores, a organização da São Silvestre estuda mudar o lugar da largada -o sambódromo, na marginal Tietê, é uma das alternativas. (JEM, ML E PC)


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