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São Paulo, sábado, 01 de fevereiro de 2003

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Depois de prometer deixar confederação, cartola é lançado por federações para novo mandato

Teixeira sela acordo para ficar mais 4 anos na CBF

SÉRGIO RANGEL
ENVIADO ESPECIAL A TERESÓPOLIS

Depois de ser investigado por duas CPIs e mesmo com o caixa da entidade no vermelho, o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ricardo Teixeira, selou ontem a sua reeleição para mais quatro anos.
Logo após apresentar as contas da entidade, ele ganhou o apoio de 25 dos 27 presidentes de federações para se manter no cargo até o final de 2007.
"Nós intimamos o Ricardo Teixeira a continuar. Ele está fazendo uma boa administração. Isso não se pode discutir", disse Eduardo Viana, presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, um dos articuladores do movimento pró-Teixeira.
Apesar do acordo selado nos bastidores, a eleição só será realizada no segundo semestre, provavelmente em julho. Com o apoio dos filiados, Teixeira já conta com 25 dos 51 votos do colégio eleitoral. Além das federações, os 24 clubes que disputarão a Série A do Brasileiro-2003 terão direito a voto. No mínimo, dez clubes vão apoiá-lo, de acordo com Viana.
Apenas os presidentes das federações de São Paulo e Pernambuco não assinaram o acordo.
Mesmo com a vitória garantida, o dirigente preferiu manter silêncio ontem. No cargo desde 1989, o presidente da CBF declarou, por meio de sua assessoria, que nada tinha a dizer sobre o assunto, mas a Folha apurou que ele irá tentar nova reeleição. Até a semana passada, Teixeira garantia que deixaria o cargo no final do seu mandato, que terminará neste ano.
Caso Teixeira seja reeleito, será o dirigente que por mais tempo comandou a CBF. Ficará, no mínimo, 18 anos no cargo e vai superar o dirigente que o levou para o futebol -o ex-presidente da Fifa João Havelange, seu ex-sogro, que dirigiu a CBF de 1958 a 1974.
Segundo Viana, a decisão de Teixeira é uma "reação do futebol ao poder público".
Com a manifestação de ontem em favor da permanência da era Teixeira, os dirigentes inviabilizaram a candidatura de Carlos Alberto de Oliveira, da Federação Pernambucana. Para homologar sua candidatura, Oliveira precisaria ter pelo menos o apoio de cinco federações. A homologação das chapas tem que ser feita 15 dias antes do pleito.


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