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SAIBA MAIS
Por dinheiro, Barbarense une Suíça e Ucrânia
DIOGO PINHEIRO
DA FOLHA CAMPINAS
Um clube que tem um parceiro suíço, um dirigente ucraniano, e problemas típicos das
equipes brasileiras. Assim é o
Barbarense, que vê o jogo contra o Corinthians como uma
chance de ouro para deixar
seus jogadores em evidência.
A UB (Union Balcan) Corporation, ligada a uma financeira
da Suíça e que controla times
suíços, tchecos e ucranianos,
investiu cerca de R$ 1,3 milhão
em sete meses no Barbarense.
O objetivo é ganhar dinheiro
com a negociação de atletas.
Mas até agora não houve retorno financeiro. Desde julho
do ano passado, a UB contratou cerca de 30 jogadores para
o Barbarense, mas ainda não
negociou ninguém com clubes
europeus, segundo o ucraniano Sergei Shibynsky, 40, que
controla as finanças da União
Barbarense Ltda.
"Nos últimos dias nós mandamos dois jogadores para a
Europa, mas eles já retornaram. Infelizmente, o futebol é
um negócio de risco. É mais fácil trabalhar com metal e madeira do que com pessoas", declarou Shibynsky.
Após seis meses de curso intensivo, seu português ainda
não é dos melhores.
Para explorar o nome do clube, arcar com todas as despesas
do futebol, contratar atletas e
cuidar do estádio Antônio Lins
Ribeiro Guimarães, a UB deu
ao Barbarense R$ 450 mil.
O restante foi gasto com salários, reformas do estádio e do
alojamento, aluguel de três casas e outras despesas.
"É simples. Todo mundo sabe que o Brasil é bom de futebol
e de Carnaval", disse
Shibynsky, ao justificar a negociação. Apesar de todo o investimento, a UB só pagou anteontem os salários de dezembro. Os R$ 63 mil foram quitados com o dinheiro das cotas
de TV repassadas pela FPF.
"O Brasil tem muita burocracia. O dinheiro demora para vir
da Suíça, quando ele não volta", declarou Shibynsky.
A falta de verba atingiu o técnico Sérgio Farias, 36, que trabalhou por seis anos na CBF
com as seleções sub-20 e sub-17
e que também dirigiu o time júnior do Santos, com Diego e
Robinho no elenco.
Segundo Shibynsky, o treinador chegou até a arcar com as
despesas de transporte e hospedagem de jogadores que interessaram ao Barbarense. "Ele
tinha interesses", disse o dirigente. O treinador negou.
Farias, contratado por três
anos, tem outra missão, além
de comandar o Barbarense, invicto no Paulista, com uma vitória e um empate. "Minha
função é conseguir jogadores
por um valor baixo, que aceitem receber no máximo R$
5.000 para a empresa conseguir
lucro depois", explicou.
A UB indicou o ex-jogador e
empresário Marcos Lucena, o
Magu, para assumir a presidência da União Barbarense
Ltda., que cuida dos negócios.
Há dez dias, a imprensa suíça
divulgou que o Barbarense estava comprando o Servette, um
dos mais tradicionais clube do
país. Porém o negócio está sendo feito pela UB.
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