São Paulo, domingo, 01 de fevereiro de 2004

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Por dinheiro, Barbarense une Suíça e Ucrânia

DIOGO PINHEIRO
DA FOLHA CAMPINAS

Um clube que tem um parceiro suíço, um dirigente ucraniano, e problemas típicos das equipes brasileiras. Assim é o Barbarense, que vê o jogo contra o Corinthians como uma chance de ouro para deixar seus jogadores em evidência.
A UB (Union Balcan) Corporation, ligada a uma financeira da Suíça e que controla times suíços, tchecos e ucranianos, investiu cerca de R$ 1,3 milhão em sete meses no Barbarense. O objetivo é ganhar dinheiro com a negociação de atletas.
Mas até agora não houve retorno financeiro. Desde julho do ano passado, a UB contratou cerca de 30 jogadores para o Barbarense, mas ainda não negociou ninguém com clubes europeus, segundo o ucraniano Sergei Shibynsky, 40, que controla as finanças da União Barbarense Ltda.
"Nos últimos dias nós mandamos dois jogadores para a Europa, mas eles já retornaram. Infelizmente, o futebol é um negócio de risco. É mais fácil trabalhar com metal e madeira do que com pessoas", declarou Shibynsky.
Após seis meses de curso intensivo, seu português ainda não é dos melhores.
Para explorar o nome do clube, arcar com todas as despesas do futebol, contratar atletas e cuidar do estádio Antônio Lins Ribeiro Guimarães, a UB deu ao Barbarense R$ 450 mil.
O restante foi gasto com salários, reformas do estádio e do alojamento, aluguel de três casas e outras despesas.
"É simples. Todo mundo sabe que o Brasil é bom de futebol e de Carnaval", disse Shibynsky, ao justificar a negociação. Apesar de todo o investimento, a UB só pagou anteontem os salários de dezembro. Os R$ 63 mil foram quitados com o dinheiro das cotas de TV repassadas pela FPF.
"O Brasil tem muita burocracia. O dinheiro demora para vir da Suíça, quando ele não volta", declarou Shibynsky.
A falta de verba atingiu o técnico Sérgio Farias, 36, que trabalhou por seis anos na CBF com as seleções sub-20 e sub-17 e que também dirigiu o time júnior do Santos, com Diego e Robinho no elenco.
Segundo Shibynsky, o treinador chegou até a arcar com as despesas de transporte e hospedagem de jogadores que interessaram ao Barbarense. "Ele tinha interesses", disse o dirigente. O treinador negou.
Farias, contratado por três anos, tem outra missão, além de comandar o Barbarense, invicto no Paulista, com uma vitória e um empate. "Minha função é conseguir jogadores por um valor baixo, que aceitem receber no máximo R$ 5.000 para a empresa conseguir lucro depois", explicou.
A UB indicou o ex-jogador e empresário Marcos Lucena, o Magu, para assumir a presidência da União Barbarense Ltda., que cuida dos negócios.
Há dez dias, a imprensa suíça divulgou que o Barbarense estava comprando o Servette, um dos mais tradicionais clube do país. Porém o negócio está sendo feito pela UB.



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