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OLIMPÍADA
Dirigente grava primeiro depoimento após cirurgia cardíaca e diz que esporte precisa de nova lei de incentivo
Nuzman retorna via telão e pede dinheiro
EDUARDO OHATA
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, fez ontem, via teipe, sua primeira aparição pública desde que
foi submetido a uma cirurgia cardíaca. O dirigente pediu, de novo,
por uma lei de incentivo fiscal.
Depois de ter visto Lula prometer o texto -depois voltou
atrás- e o projeto ser vetado pelo
ministro da Fazenda, Antonio Palocci, Nuzman diz que a lei está
em conformidade com a filosofia
do governo de investir na base.
"É preciso uma lei de incentivo
fiscal para o esporte, que não beneficiaria apenas o COB, mas
também clubes, associações, escolas e programas [sociais]", argumentou Nuzman, com a voz
rouca, ao aludir às prioridades para 2005 defendidas pelo ministro
do Esporte, Agnelo Queiroz.
O pronunciamento de Nuzman,
foi exibido em um telão armado
no auditório da Bolsa de Valores
do Rio, que abrigou a cerimônia
de prestação de contas da utilização da verba da Lei Piva pelo COB
e pelas confederações em 2004.
Apesar de esta licenciado, o presidente acompanha de sua casa os
trabalhos no COB e se comunica
com os subordinados por meio de
monitor. Ele também marca reuniões em sua residência.
Além de pedir uma nova legislação, Nuzman relatou que os mais
de R$ 70 milhões recebidos via Lei
Piva no ano passado não foram
suficientes. "Os recursos representam um terço das necessidades financeiras do esporte olímpico. Ela [Lei Piva] não resolve todos os problemas do esporte."
Ao comentar que a maioria das
confederações do país não têm
patrocínio, José Roberto Perilier,
gerente-geral do departamento
técnico do COB, e Marcos Vinícius, diretor técnico, aproveitaram para afirmar, quase em jogral, que ""as confederações precisam de apoio para alavancá-las...
através de uma lei de incentivo".
Em meados do ano passado,
Lula chegara a anunciar a criação
de lei de incentivo, mas a idéia foi
vetada por Palocci. Ela foi substituída por programa de fomento à
base, para o qual seriam dirigidos
R$ 200 milhões -foram aprovados cerca de R$ 30 milhões.
"O programa de fomento é melhor do que lei de incentivo, porque o dinheiro vai direto para a
base. Essa é a nossa prioridade",
disse o ministro Agnelo Queiroz.
O COB discorda da teoria. ""Para
que a base seja atendida, só é necessário fazer amarrações. Do jeito que a Lei Rouanet [de incentivo
fiscal para a cultura] está, só dá
para investir na Fernanda Montenegro. É necessário constar no
texto da lei as obrigações para
com a base", respondeu Vinícius.
Agnelo parece convicto em não
se desviar do caminho para 2005.
"Às vezes alguém que está na base
não tem a "voz" de um dirigente
que aparece mais, porém precisamos olhar para eles também",
afirmou há algumas semanas.
O jornalista Eduardo Ohata viajou
a convite do COB
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